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IBGE estima safra do Brasil em quase 300 milhões de toneladas, mas Conab prevê ciclo 4,27% maior

13 abr 2023, 10:30 - atualizado em 13 abr 2023, 10:30
Soja ibge conab safra
De acordo com o IBGE, somados, soja, milho e arroz representam 92,4% da estimativa da produção e respondem por 87,4% da área a ser colhida (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas do Brasil para 2023 ficou em 299,7 milhões de toneladas em março. O volume representa um avanço de 13,9% na comparação com o ciclo de 2022 (263,2 milhões de toneladas) e de +0,5% em relação à estimativa de fevereiro (298,0 milhões de toneladas).

Segundo o IBGE, a área a ser colhida neste ano é de 76,1 milhões de hectares, 3,9% maior do que a área colhida em 2022. Além disso, representa 0,4% a mais que a estimativa de fevereiro.

No entanto, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em sua 7ª estimativa da safra de grãos divulgada hoje, prevê uma produção de 312,5 milhões de toneladas. O volume equivale a um acréscimo de 4,27% em relação à projeção do IBGE. Também representa uma alta de 15% quando comparado com a projeção da Conab para o ciclo 21/22.

De acordo com o IBGE, somados, soja, milho e arroz representam 92,4% da estimativa da produção e respondem por 87,4% da área a ser colhida.

Na comparação com 2022, houve acréscimos de 23,2% para soja, de 2,8% para o algodão herbáceo (em caroço), 8,7% para o milho, com aumentos de 9,7% no milho na 1ª safra e de 8,4% no milho na 2ª safra. Quanto as quedas, houve recuo de 7,6% para o arroz e 2,6% para o trigo.

Produção por região

Segundo o IBGE, a produção apresentou variação anual positiva para cinco grandes regiões: Sul (28,4%), Centro-Oeste (11,6%), Sudeste (1,0%), Norte (12,9%) e Nordeste (2,5%). Quanto à variação mensal, houve aumento no Nordeste (0,2%), Norte (1,6%) e Centro-Oeste (2,9%). Houve ainda estabilidade no Sudeste e declínio no Sul (-3,2%).

Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 30,9%, seguido pelo Paraná (15,7%), Rio Grande do Sul (10,2%), Goiás (9,3%), Mato Grosso do Sul (8,2%) e Minas Gerais (5,9%), que, somados, representaram 80,2% do total.

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Participação na produção brasileira por região (Foto: IBGE)

Confira a estimativa de safra do IBGE e da Conab para as principais culturas:

Soja

A produção nacional de soja deve alcançar 147,2 milhões de toneladas segundo o IBGE, um aumento de 23,2% ante 2022, representando quase metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no país em 2023.

Para a Conab, a estimativa da oleaginosa é de uma produção em 153,6 milhões de toneladas. Com índice de colheita em 78,2%, conforme indica o Progresso de Safra divulgado nesta semana pela Companhia, a boa produtividade nas lavouras segue sendo confirmada e está estimada em 3.527 quilos por hectare.

Milho

A estimativa do IBGE para o milho teve uma redução de 1,4% em relação fevereiro, totalizando 119,8 milhões de toneladas. No entanto, o volume representa uma alta de 8,7% antes 2022 e caso seja confirmada, será um novo recorde, superando o ano passado.

A queda na produção mensal é justificada pela forte estiagem na Região Sul, principalmente no Rio Grande do Sul, com quedas de 18,1% na produção e de 16,8% no rendimento.

Para a Conab, a estimativa é de alta na área plantada e na produção. O cultivo do cereal está estimado em 21,97 milhões de hectares, acréscimo de 1,8%, com aumento para a área semeada na 2ª safra e redução na 1ª.

Já a colheita total do grão está estimada em 124,88 milhões de toneladas, influenciada pelo incremento da produção de 8,8% na 1ª safra e de 11% na 2ª, podendo chegar a 27,24 milhões de toneladas e 95,32 milhões de toneladas, respectivamente.

Arroz

A estimativa de produção em 2023 para o arroz foi de 9,8 milhões de toneladas, após novo ajuste mensal negativo de 1,8%, totalizando uma redução de 7,6% na comparação com 2022 ou 812,0 mil toneladas a menos.

De acordo com a Conab, a área estimada para o arroz foi de 1,467 milhão de hectares, com produção de 9.940,7 milhões toneladas, recuo de 7,9% ante a temporada passada.