Economia

IBC-Br tem alta de 1,29% em setembro e fecha 3º tri com ganho de 9,47%

13 nov 2020, 9:25 - atualizado em 13 nov 2020, 10:04
Banco Central
Os dados foram divulgados pelo BC nesta sexta-feira e o ganho em setembro ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de alta de 1,0% (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A economia brasileira mostrou recuperação com crescimento recorde no terceiro trimestre diante do relaxamento das medidas de contenção ao coronavírus e auxílio do governo, mas insuficiente para compensar as perdas históricas nos três meses anteriores sob os efeitos da pandemia.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta de 1,29% em setembro sobre o mês anterior, acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 1,0%.

Com isso, o indicador encerrou o período de julho a setembro com ganho recorde para a série histórica iniciada em janeiro de 2003 de 9,47% sobre os três meses anteriores.

Mas o resultado não foi suficiente para apagar o mergulho de 10,18% no segundo trimestre em dado revisado pelo BC nesta sexta-feira.

O IBC-Br mostra que os maiores impactos da pandemia de Covid-19 foram sentidos em março e abril, com a atividade entrando em um processo de recuperação desde então com a flexibilização das medidas de isolamento.

Ainda assim, a economia tem um longo caminho a percorrer. Na comparação com setembro de 2019, o IBC-Br apresentou perda de 0,77% e, no acumulado em 12 meses, teve queda de 3,32%, segundo números observados divulgados pelo BC.

BCB Copom
Mas o resultado não foi suficiente para apagar o mergulho de 10,18% no segundo trimestre em dado revisado pelo BC nesta sexta-feira. (Imagem: Agência Brasil/Marcelo Casal Jr)

O IBGE divulgará os dados do PIB do terceiro trimestre em 3 de dezembro.

A retomada econômica foi impulsionada por medidas do governo, destacadamente o pagamento de benefício a informais vulneráveis, com a ajuda do afrouxamento das medidas de isolamento.

Outros componentes para a melhora incluíram aumento do crédito, programa de proteção ao emprego e flexibilização monetária, com a taxa básica de juros Selic na mínima histórica de 2% ao ano.

Mas para além da pandemia, a situação fiscal do país também segue sendo um ponto de atenção e inspira cautela, somando-se às expectativas para ver como ficará o cenário com a retirada do suporte do governo e ao aumento da inflação.

“Os riscos para a atividade relacionam-se à Covid-19 e aperto das condições financeiras por conta da delicada situação fiscal. Por outro lado, o câmbio e as medidas de suporte do governo devem ajudar na sustentação da atividade ao longo do final do ano”, avaliou o estrategista-chefe do banco digital modalmais, Felipe Sichel, em nota.

Em setembro, a indústria brasileira engatou o quinto mês seguido de aumento da produção, mas a recuperação das vendas varejistas perdeu força e o setor de serviços ainda não recuperou as perdas do ápice da pandemia.

O governo estima que o PIB contraia 4,7% neste ano, no que seria o pior resultado da série histórica. O mercado calcula contração da economia de 4,80% este ano e avanço de 3,31% em 2021, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central.

Nesta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, estimou que o PIB brasileiro pode subir até 4% no ano que vem, e voltou a avaliar que a retomada pós-crise está surpreendendo-o.

 

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