IBC-Br, ‘PIB do Banco Central’, mostra economia mais resistente que o esperado; entenda
O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), conhecido também como o “PIB do Banco Central”, registrou uma alta de 0,44% em julho em relação ao mês anterior.
O número positivo, segundo o economista da Suno Research, Rafael Perez, tem relação com a expansão dos setores de serviços (0,5%) e varejo (0,7%), que “surpreenderam positivamente” e confirmam para o economista um bom início da atividade econômica no terceiro trimestre.
No mesmo período do ano passado, o índice teve uma alta de 0,66% e um crescimento de 3,12% no acumulado dos últimos 12 meses.
“Os dados têm revelado uma economia brasileira bem mais resiliente do que desde o início do ano, e essa tendência tem se sustentado nos últimos meses graças ao consumo das famílias, o mercado de trabalho aquecido, o setor de serviços e algumas atividades menos dependentes do crédito”, explica Perez.
No entanto, o economista da XP, Rodolfo Margato, disse que o resultado foi abaixo da expectativa da empresa. Enquanto a maioria dos analistas do mercado previa 0,4%, a XP aguardava um resultado de 0,9%.
Margato ainda estima avanço de 0,1% para o IBC-Br em agosto ante julho e expansão de 2% versus agosto de 2022. O XP Tracker indica para o PIB queda de 0,1% no terceiro trimestre comparado ao segundo trimestre. “Conforme salientamos frequentemente, tais estimativas dessazonalizadas devem ser tomadas com cautela”, reforçou.
Enquanto isso, Perez espera por um quadro de maior estabilidade da atividade até o fim do ano, diante de uma indústria com dificuldades para se recuperar, cenário global ainda bastante desafiador, alto endividamento das famílias e efeitos cumulativos da política monetária restritiva.