Hypera (HYPE3) rejeita oferta de compra da EMS
O conselho de administração da Hypera (HYPE3) rejeitou por unanimidade a proposta de aquisição por parte da EMS, feita na segunda-feira (21).
Segundo o comunicado divulgado ao mercado nesta quinta-feira (24), a Hypera destaca que a proposta “de forma não solicitada ou previamente discutida” foi rejeitada na reunião de ontem sem nem mesmo dar início a tratativas quanto ao tema.
A decisão da empresa considerou os seguintes aspectos:
- o portfólio de produtos da EMS, substancialmente focado em medicamentos genéricos, não
está alinhado com os segmentos que a Hypera avalia como estratégicos; - a empresa e a EMS têm cultura organizacional e práticas de governança corporativa
absolutamente distintas, sendo a Hypera uma companhia aberta desde 2008, com substancial
dispersão acionária, enquanto a EMS é uma empresa familiar de capital fechado; - a avaliação atribuída na proposta de compra subestima “significativamente” o valor da
Hypera.
“A Companhia lamenta que a Proposta lhe tenha sido enviada ao mesmo tempo em que divulgada pela imprensa e ainda com o pregão em curso, e registra que zelará pelos interesses da Companhia e dos seus acionistas, assim como pelo cumprimento das normas aplicáveis ao mercado de valores mobiliários”, diz o comunicado.
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Entenda a proposta da ESM pela Hypera
Na segunda-feira (21), a EMS sugeriu uma combinação de negócios com a farmacêutica Hypera, em proposta que envolvia uma oferta pública de aquisição (OPA) de até 20% das ações da Hypera por R$ 30 e o restante em troca de ações. As ações da Hypera chegaram a subir 2% no dia.
A operação daria à EMS o controle de ao menos 60% do grupo farmacêutico, podendo ultrapassar 70% conforme a adesão à OPA. A empresa, que afirma ser “o maior conglomerado farmacêutico do Brasil”, propôs um conselho de administração com nove membros para a empresa combinada, sendo cinco indicados pela EMS.
“Com base em estudos preliminares, a transação deverá resultar em ganhos expressivos de eficiência operacional e de capacidade de produção, ao mesmo tempo que reduzirá custos, expandindo as margens operacionais e aumentando a geração de caixa”, afirmou a EMS em carta divulgada pela Hypera.
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A Hypera é dona de algumas das principais marcas de medicamentos que não precisam de receita do país, como Buscopan, Coristina e Neosaldina. Nos últimos anos, a empresa tem investido para ampliar sua base de moléculas de medicamentos genéricos e tem planos de ter uma fábrica piloto de medicamentos oncológicos em 2026.
A companhia teve lucro líquido em 2023 de R$ 1,65 bilhão, sob receita líquida de R$ 7,9 bilhões. Na oferta, o grupo NC afirma que a EMS teve faturamento líquido de R$ 7,95 bilhões no ano passado. Em 2022, a EMS teve lucro líquido consolidado de R$ 311,3 milhões, sob receita líquida de R$ 5,7 bilhões.
*Com informações da Reuters