Hypera (HYPE3) deixa as maiores altas do Ibovespa e termina sessão em leve queda com balanço ‘fraco’

Entre uma série de resultados corporativos, os números de Hypera (HYPE3) no terceiro trimestre impulsionam as ações da companhia, que operam entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV) nesta quinta-feira (14).
Na primeira hora do pregão, os papéis chegaram a subir mais de 3% e depois arrefeceram os ganhos e HYPE3 terminou a sessão com baixa de 0,34%, a R$ 20,60. Acompanhe o Tempo Real.
A farmacêutica registrou um lucro líquido das operações continuadas de R$ 370 milhões entre julho e setembro, 26% menor em relação ao mesmo período de 2023.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das operações continuadas foi de R$ 562 milhões no período, recuo de quase 30% na base anual.
A companhia também viu sua receita líquida cair 10,4% frente a um ano antes, para R$ 1,9 bilhão de reais.
A farmacêutica, que recentemente reduziu sua política de prazo de pagamento concedida a clientes para otimizar capital de giro, disse que o desempenho é reflexo do impacto negativo desse processo sobre a receita, o Ebitda e o lucro no curto prazo.
O que explica o sobe e desce das ações?
Apesar dos resultados mais fracos em relação ao terceiro trimestre do ano passado, os números da Hypera vieram em linha com o esperado pelo mercado — e “pouco surpreendentes”, na visão do BTG Pactual.
Para o Bradesco BBI e da Ágora Investimentos, a companhia apresentou um crescimento do sell-out (venda direta para o consumidor final) de 11% na base anual, impulsionado por lançamentos e vendas de medicamentos relacionados à gripe, doenças respiratórias, dor e febre — o que foi considerado um destaque.
Já a XP Investimentos destaca a geração de caixa líquido de R$ 552 milhões no período, “o que auxiliou o saldo da dívida líquida”. Contudo, os analistas afirmam que a melhora não foi capaz de compensar a queda no valor do Ebitda ajustado e a alavancagem financeira — que aumentou em 0,2x na base trimestral, a 2,9x.
A corretora manteve uma visão cautelosa sobre as ações da companhia.
É hora de comprar HYPE3?
Para o Bradesco BBI, apesar dos resultados negativos, a tendência para as ações HYPE3 é positiva. Os analistas veem espaço para uma leve recuperação dos papéis, após a baixa de 26% acumulada desde 18 de outubro.
O BTG Pactual, por sua vez, manteve a recomendação neutra para Hypera. O banco afirma que a nova estratégia da companhia ainda precisa ser validada e, por isso, revisou as estimativas para baixo, com corte no preço-alvo de R$ 33 para R$ 24 — o que representa um potencial de valorização de 16,1% sobre o preço de fechamento de quarta (13).
Na mesma linha, o Santander não vê catalisadores para os papéis no curto prazo e reiterou a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 30,95 — uma potencial alta de 48,7% em relação ao preço da véspera.