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Hypera (HYPE3) rejeita fusão com EMS; ações caem mais de 7% na primeira hora do pregão, mas fecham em alta

24 out 2024, 11:03 - atualizado em 24 out 2024, 17:51
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As ações da Hypera registraram queda de mais de 7% nos primeiros minutos do pregão, com reação à rejeição da proposta de EMS (Imagem: Pixabay/)

Nesta quinta-feira (24), as ações da Hypera (HYPE3) têm mais um dia de agitação na bolsa brasileira. Nos primeiros minutos do pregão, os papéis da farmacêutica caíram mais de 7%, mas recuperaram as perdas ao longo da sessão e terminaram o dia em alta.

HYPE3 subiu 1,54%, a R$ 27,74.



O tombo das ações acontece após a companhia rejeitar a proposta de fusão da EMS.

Em comunicado ao mercado, a Hypera afirmou que a proposta “de forma não solicitada ou previamente discutida” foi rejeitada na reunião do Conselho de Administração realizada na última quarta-feira (23). A empresa também informou que não houve tratativas para o possível negócio.

Ainda segundo a farmacêutica, as empresass têm cultura organizacional e práticas de governança corporativa absolutamente distintas. “A Hypera é uma companhia aberta desde 2008, com substancial dispersão acionária, enquanto a EMS é uma empresa familiar de capital fechado”, diz em comunicado.

Além disso, a Hypera considerou que a avaliação atribuída na proposta de compra subestimou “significativamente” o valor da companhia.

Fusão de Hypera e EMS era um bom negócio?

A eventual fusão de Hypera e EMS ganhou os holofotes do mercado na última segunda-feira (21).

Em resumo, a NF Farma, controladora da EMS, sugeriu uma combinação de negócios com a farmacêutica, em proposta que envolvia uma oferta pública de aquisição (OPA) de até 20% das ações da Hypera por R$ 30 e o restante em troca de ações.

A operação daria à EMS o controle de ao menos 60% do grupo farmacêutico, podendo ultrapassar 70% conforme a adesão à OPA. A empresa, que afirma ser “o maior conglomerado farmacêutico do Brasil”, propôs um conselho de administração com nove membros para a empresa combinada, sendo cinco indicados pela EMS.

As ações da Hypera — que caíam mais de 17% na primeira parte do pregão com o anúncio  da descontinuidade de projeções financeiras para 2024— recuperaram o fôlego com o possível negócio e terminaram o dia com alta de mais de 2%.

Na avaliação do mercado, a possível fusão seria positiva, já que a nova empresa nasceria com sinergias importantes.

Nos cálculos do Itaú BBA, a nova companhia atingiria um preço sobre lucro de 10,5x para 2026, desconsiderando as sinergias, com um lucro líquido de R$ 4,7 bilhões em 2026.

“Em nossa visão, o acordo faz sentido de uma perspectiva operacional, pois pode criar um player líder no segmento farmacêutico com oportunidades de sinergia que podem aumentar a lucratividade da empresa combinada, poder de barganha com fornecedores e clientes e posicionamento estratégico”, diz o relatório.

Contudo, a rejeição já era esperada — pelo menos para o Bradesco BBI. O banco considera que a falta de prêmio de controle e oferta à vista de R$ 30 por ação, quase 40% abaixo da máxima histórica do papel atingida em 2022, seria alguns motivos para a rejeição da proposta da EMS pela Hypera.

Fim de um namoro antigo?

Não foi primeira vez que notícias em torno de uma possível consolidação envolvendo os maiores laboratórios farmacêuticos do país surgem na mídia.

Em 2022, a Reuters apurou junto a uma fonte com conhecimento do assunto que a Hypera discutiu a venda da companhia para o Grupo NC. Na época, a Hypera também chegou a discutir uma venda para a Eurofarma, acrescentou a fonte.

O maior acionista da Hypera é o fundador João Alves de Queiroz Filho, com 21,38% do capital da companhia. A mexicana Maiorem, detém outros 14,74%. O grupo Votorantim tem uma fatia de 5,1% na farmacêutica.

A Hypera é dona de algumas das principais marcas de medicamentos que não precisam de receita do país, como Buscopan, Coristina e Neosaldina. Nos últimos anos, a empresa tem investido para ampliar sua base de moléculas de medicamentos genéricos e tem planos de ter uma fábrica piloto de medicamentos oncológicos em 2026.

A Hypera teve lucro líquido em 2023 de 1,65 bilhão de reais, sob receita líquida de 7,9 bilhões. Na oferta, o grupo NC afirma que a EMS teve faturamento líquido de 7,95 bilhões de reais no ano passado. Em 2022, a EMS teve lucro líquido consolidado de 311,3 milhões de reais, sob receita líquida de 5,7 bilhões.

Pouco antes das negociações das ações da Hypera serem suspensas para divulgação do fato relevante, os papéis da farmacêutica caíam cerca de 2,3%, após oscilarem entre altas e baixas influenciadas pelo anúncio da estratégia de otimização de capital e, posteriormente, notícia sobre a EMS.

*Com informações de Reuters

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