Hypera (HYPE3) passa por montanha-russa das ações após o balanço; é hora de comprar?
As ações da Hypera (HYPE3) passam por uma montanha-russa nesta sexta-feira (26). Na primeira parte do pregão, a companhia figurou entre as maiores quedas do Ibovespa, com queda de quase 2%.
Apesar dos holofotes nos resultados de Vale (VALE3) e Usiminas (USIM5), os investidores também reagem ao balanço da companhia farmacêutica.
A Hypera reportou um lucro líquido de R$ 491,8 milhões no segundo trimestre de 2024, uma queda de 2,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia também teve uma retração de 4,5% na base anual, a R$755,1 milhões.
Mas ao tom negativo não se sustentou por muito tempo. As ações inverteram o sinal em meio à teleconferência de resultados e zeraram as perdas da abertura. Por volta de 12h30 (horário de Brasília), HYPE3 subia mais de 2%, entre as maiores altas do Ibovespa.
O diretor de Relações com Investidores (DRI), Adalmario Couto, afirmou que a desvalorização do real ante o dólar não tem grande impacto nas operações da companhia.
“Vemos um impacto do câmbio menor que o esperado nas nossas operações. Vimos uma redução do custo de dólar em algumas compras, já que os nossos estoques ajudam a manter esse impacto menor”, disse Couto.
Mesmo o câmbio não sendo uma preocupação para 2024, o DRI afirmou que a companhia espera algum impacto em 2025.
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O que dizem os analistas
A reação negativa, ainda que breve, já era esperada pelo Goldman Sachs.
Na avaliação do banco, a empresa apresentou uma dinâmica fraca de faturamento — em linha com as expectativas dos analistas.
Para eles, o destaque foi o desempenho mais fraco da categoria de medicamentos agudos, que são os remédios para os tratamentos de gripe, dor e doenças respiratórias, sendo uma das áreas em que a Hypera tem uma forte presença no mercado.
Na teleconferência, o CEO da companhia, Breno Oliveira, disse que a baixa nas vendas de medicamentos de gripe no segundo trimestre foi o motivo para as vendas ficarem abaixo das estimativas do mercado.
“O fenômeno climático influenciou esse cenário”, disse Oliveira. Ele afirmou, porém, que este cenário deve melhorar no próximo semestre, considerando a chegada do frio ao Brasil em julho, que aumentou a demanda por medicamentos respiratórios — e sustenta as perspectivas mais positivas para a indústria farmacêutica no segundo semestre do ano.
Já o BTG Pactual apontou que a geração de fluxo de caixa livre (FCF) foi o destaque positivo do balanço por uma melhora substancial dos estoques, apesar da redução do prazo de pagamentos — de 93 dias para 80.
Na mesma linha, o Itaú BBA afirmou que o capital de giro, com os esforços da empresa para reduzir os níveis de estoques se concretizando, possibilitou uma redução da dívida líquida de R$ 165 milhões no trimestre.
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É hora de comprar o Hypera?
Não houve mudanças nas recomendações dos bancos após o balanço do terceiro trimestre.
O Itaú BBA ainda considera a Hypera uma atuação defensiva no longo prazo, com um portfólio diversificado e uma posição forte em um setor rentável.
“No entanto, reconhecemos que o desempenho do sell-out (vendas) da indústria e da empresa não atendeu às nossas expectativas do ano anterior, levando a um cenário mais desafiador no curto prazo”, escreve a equipe liderada por Vinícius Figueiredo.
Já o BTG Pactual espera uma melhora gradual do desempenho de sell-in e uma recuperação contínua na dinâmica de faturamento.
Confira a recomendação e o preço-alvo dos bancos que o Money Times teve acesso:
Banco | Recomendação | Preço-alvo |
Itaú BBA | Outperform (compra) | R$ 35 |
BTG Pactual | Neutro | R$ 33 |
Goldman Sachs | Outperform (compra) | R$ 39 |