Hypera cresce, mas tem rentabilidade prejudicada; veja o que dizem analistas
As ações da Hypera Pharma (HYPE3) subiam 3,3%, a R$ 28,90, na tarde desta segunda-feira (25), no primeiro pregão após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre da companhia.
A empresa teve uma queda de 41,7% do lucro líquido, a R$ 201,6 milhões. Por outro lado, o lucro líquido ajustado somou R$ 464,7 milhões, avanço anual de 32,9%, e a receita subiu 50%, a R$ 1,6 bilhão.
A receita superou as estimativas do mercado, enquanto a Hypera continuou crescendo nos segmentos de prescrição, skincare e genéricos.
A empresa registrou uma margem bruta a 63,9% (estável em relação ao ano anterior), em um reflexo do aumento de descontos e custos.
Para o Credit Suisse, o crescimento de vendas apresentado pela companhia, de 13%, acima do desempenho do mercado, reforça a positiva percepção sobre a geração de caixa da empresa.
“O impacto nas margens brutas pode persistir com o câmbio desfavorável, limitando a capacidade de conceder descontos”, pondera trecho do relatório assinado por Mauricio Cepeda e William Barranjard.
O diretor financeiro da Hypera, Adalmario do Couto, disse que a companhia conseguiu no trimestre compensar parte das pressões de custos com aumento nos preços dos medicamentos e tem suas necessidades de matéria-prima protegidas durante o ano a um câmbio de R$ 5,30 reais.
“Temos conseguido compensar em parte a pressão principalmente com o mix de produtos de marcas adquiridas, que têm margem superior, e também com o ‘pipeline’ de novos produtos, que na média têm margem bem superior à média da companhia”, disse Couto em teleconferência.
‘Trimestre sólido’
O BTG Pactual considerou o terceiro trimestre da Hypera “solido” e esperado, excluindo o impacto do acordo com a Ontex relacionado ao desinvestimento do negócio de descartáveis em 2017.
Para os analistas do banco, a empresa está no caminho para atingir as projeções anuais de receita (R$ 5,9 bilhões), Ebitda (R$ 2 bilhões) e lucro de R$ 1,55 bilhões.
“As aquisições do Buscopan e Buscofem, OTC [produtos sem prescrição] da Takeda e receita portfólio de medicamentos, bem como 12 marcas da Sanofi, continuam a ser a base de nossa visão positiva sobre a ação da empresa”, dizem Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Victor Rogatis, do BTG.
A XP fala em “eficiências em todas as linhas de despesa”, com margem Ebitda recorrente de 35,6% (estável em relação ao ano anterior; em linha com as estimativas da casa), e lembra que o lucro contábil foi impactado por “evento único”.
Veja a recomendação dos analistas, com preço-alvo:
- Credit Suisse: outperform (compra), R$ 40 em 12 meses;
- BTG Pactual: compra, R$ 45 em 12 meses;
- XP: compra, preço alvo de R$ 48 em 12 meses.
Veja a apresentação de resultados da Hypera: