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Huawei acelera lançamento de carro-chefe independente de sistema da Google

30 ago 2019, 8:00 - atualizado em 30 ago 2019, 8:00
Gigante asiática anuncia novo modelo, o Mate 30, no dia 19 de setembro na Alemanha (Imagem: Bloomberg)

A Huawei colocará no mercado seu carro-chefe, o Mate 30, contendo ou não aplicativos vinculados ao Google, pela escalada da guerra comercial e as restrições decorrentes às empresas chinesas. O lançamento do aparelho acontecerá durante um evento no dia 19 de setembro, na cidade de Munique, Alemanha.

Caso a companhia chinesa não tiver acesso ao serviço da Google, então a empresa implantará versão aberta de soffware, independente do Android.

O Mate 30 terá o processador Kirin 990 da companhia, devendo ser comercializado na China e em todo mundo.

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Lista negra

A Huawei apressa-se em lançar o modelo após entrar na lista negra dos EUA, conhecida como Entity List. A medida restringe as firmas norte-americanas de fazerem negócios com empresas chinesas. Contudo, à Huawei, foi permitida uma condição especial de comércio com as firmas de software dos EUA por mais 90 dias.

O Google faz parte da restrição imposta pelo governo de Donald Trump. A Huawei utiliza o sistema operacional Android do Google em seus smartphones.

Uma fonte do Google contou à Reuters na última quarta-feira (28) que o Mate 30 não pode ser lançado sem a licença dos aplicativos que pertencem a companhia norte-americana. A empresa chinesa desenvolveu um sistema operacional próprio, o Harmony. Por outro lado, é cedo demais para aplicá-lo no Mate 30, segundo a fonte.

“Não lançaremos o sistema Harmony no smartphone em um período de tempo tão curto; isso danificará a relação de confiança entre a Huawei e o Google, que se estende por muitos anos”, afirmou a fonte à CNBC.

Já um porta voz da Huawei ainda acredita em resolução para o empasse.”Ainda estamos esperando um milagre acontecer”.

A gigante chinesa já começou a sentir os efeitos da Entity List no mercado internacional. As exportações de seus aparelhos para a Europa tiveram uma queda de 16% no segundo trimestre deste ano. Contudo, o mercado interno permanece aquecido.