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HSBC vê até US$ 10 bilhões em títulos da América Latina antes do fim do ano

30 nov 2020, 16:05 - atualizado em 30 nov 2020, 16:05
O topo da projeção de Remizov levaria as emissões de 2020 para cerca de US$ 144 bilhões (Divulgação: HSBC)

Empresas e países da América Latina podem vender até US$ 10 bilhões em títulos em moeda estrangeira até o fim do ano se aproveitarem a janela de oportunidade, segundo o HSBC. Se o valor for materializado, seria o mês de dezembro mais movimentado desde 2016, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Além de emissores soberanos, empresas no Chile, México e Brasil devem liderar o movimento, disse Alexei Remizov, responsável por mercado de capitais de dívida da América Latina no HSBC. O setor de mineração e metais deve se destacar, disse.

“Com a emissão soberana incluída, poderíamos adicionar provavelmente outros US$ 7 bilhões a US$ 10 bilhões à emissão bruta total da região”, disse Remizov. “No geral, o mercado está deixando de lado algumas das preocupações estruturais existentes em muitos desses países.”

O topo da projeção de Remizov levaria as emissões de 2020 para cerca de US$ 144 bilhões, o maior valor desde 2017, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Emissores da América Latina retornam aos mercados de dívida depois da pausa antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos. O México vendeu US$ 3,6 bilhões em títulos para alongar o vencimento da dívida. O Peru levantou US$ 4 bilhões em emissão na semana passada, que incluiu títulos de 100 anos para ajudar a combater o impacto financeiro do coronavírus.

O Brasil poderia entrar na onda de emissões soberanas no próximo ano, impulsionando as vendas de títulos externos em busca de diversificação em relação à dívida em moeda local à medida que suas necessidades fiscais aumentam, disse Remizov. O mercado brasileiro também pode ser fonte de fusões e aquisições corporativas, de acordo com o HSBC, que ocupa a 11 posição no ranking de subscrição de títulos da América Latina em 2020, com 4,3% de participação.

“Se começarmos a entrar em uma situação em que, devido a uma perspectiva de crescimento melhor, as empresas no Brasil precisam obter financiamento de longo prazo, podemos vê-las olhando um pouco mais para o mercado externo”, disse Remizov.

O Chile também será foco em 2021, com a demanda por financiamento de longo prazo em mercados externos com melhor liquidez do que o disponível localmente, de acordo com o HSBC.

Investidores que apostam em alguns títulos de mercados emergentes mais arriscados podem incentivar ofertas de emissores com grau especulativo que ainda não buscaram financiamento no exterior. Novos nomes provavelmente terão uma resposta positiva devido à escassez de oferta, disse Remizov.

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