HSBC diz que é hora de abandonar ações e se refugiar no dólar
O estrategista Max Kettner do HSBC antecipa um final doloroso para a recente alta dos mercados e recomenda abandonar ações e títulos soberanos e se refugiar em dólares diante dos riscos crescentes para o crescimento econômico.
“A precificação atual de ativos de risco está muito desalinhada com nossos indicadores de crescimento cíclico”, disseram estrategistas do HSBC liderados por Kettner em nota na quinta-feira, acrescentando que tanto títulos quanto ações podem ficar sob pressão novamente.
A equipe de estratégia do HSBC se move para uma exposição mínima em ações, crédito de alto rendimento e dívida soberana de países desenvolvidos, e disse que “o único ativo indicado” no ambiente atual é uma posição de caixa em dólares. Entre as ações, Kettner prefere as de valor às de crescimento, recomenda diminuir exposição a EUA mais que outras regiões e procuraria comprar dívida soberana de mercados desenvolvidos quando os preços estiverem mais atraentes.
As ações dos EUA registraram seu melhor mês desde 2020 em julho, com recuo dos rendimentos de títulos do Tesouro americano, lucros robustos e apostas de que o Federal Reserve diminuirá o ritmo dos aumentos de juros.
O Nasdaq 100 subiu quase 20% das profundezas do mercado de baixa de junho, e a continuação da recuperação depende das perspectivas para a política monetária do Fed, cujos dirigentes se comprometeram a continuar a luta agressiva para esfriar a inflação.
Os estrategistas do HSBC dizem que as expectativas de que o crescimento econômico se estabilize e a inflação caia significativamente são otimistas demais.
“De uma perspectiva fundamental, as coisas só pioraram”, disseram. “Nossos indicadores de crescimento cíclico quase todos apontam para uma queda significativamente maior no impulso do crescimento.”
Kettner tem sido um pessimista firme este ano. Ele previu corretamente uma situação de perda para ativos de risco no início de 2022, com uma combinação de desaceleração do crescimento e aperto monetário.
Os estrategistas do HSBC são acompanhados por colegas do Goldman Sachs e Sanford C. Bernstein, que avisam que a recente recuperação rápida nos mercados de ações não vai durar, pois os dados macroeconômicos continuam a se deteriorar e as previsões de lucros estão sendo cortadas.
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