Coluna da Renata Spallicci

Hora de planejar: Veja as previsões macroeconômicas para o Brasil em 2024

24 out 2023, 14:38 - atualizado em 24 out 2023, 14:38
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“Nesse sentido, noto que, antes de tudo, é fundamental termos um conhecimento aprofundado da economia brasileira com as principais previsões macroeconômicas para o ano que virá”, explica a analista

Estamos iniciando o penúltimo mês do ano, e é crucial lembrar que este é o momento ideal para que todas as empresas estejam trabalhando no processo de planejamento estratégico para o ano de 2024.

Na Apsen, já estamos debruçados sobre o nosso ano de 2024 e, se você, ou sua empresa, ainda não começou esse processo, sugiro que não deixe para depois.

Afinal, eu acredito que planejamento estratégico é muito mais do que apenas um exercício de rotina; é a espinha dorsal que sustenta o sucesso a longo prazo de qualquer organização.

Até porque, tanto a economia como o mercado estão em constante evolução e é por meio de um planejamento que conseguimos equipar nossas empresas com a capacidade de antecipar e se adaptar a mudanças no ambiente de negócios, mantendo-se à frente da concorrência.

Nesse sentido, noto que, antes de tudo, é fundamental termos um conhecimento aprofundado da economia brasileira com as principais previsões macroeconômicas para o ano que virá.

E são essas previsões que consideram fatores como o crescimento econômico, inflação, desemprego, e a política fiscal que quero dividir com vocês.

Lembrando que todas as análises que compartilho aqui se baseiam no documento Visão Geral da Conjuntura do IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que faz uma análise detalhada sobre o desempenho da economia brasileira e suas perspectivas para 2024, com base nas informações fornecidas pelo Sistema Expectativas de Mercado do Banco Central do Brasil (BCB).

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Inflação e Taxa de Juros:

A inflação esperada para 2023, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é de 4,75%, de acordo com a média do Sistema Expectativas de Mercado do BCB.

Essa previsão está alinhada ao limite superior da faixa de tolerância do regime de metas de inflação, estabelecido em 4,75%.

Para 2024, a expectativa é de uma inflação de 3,9%, acima da meta de 3,00%. No entanto, para 2025 e 2026, as projeções indicam valores entre 3,50% e 3,60%. Essas previsões refletem a influência de preços de alimentos e a recuperação do cenário econômico.

Crescimento do PIB:

A expectativa de crescimento do PIB em 2023 é de 2,9%, com um intervalo de um desvio-padrão entre 2,7% e 3,2%. Para 2024, a projeção é de 1,5%, com um intervalo de um desvio-padrão entre 1,1% e 2,0%. Essas previsões demonstram a recuperação da economia após os desafios da pandemia.

No entanto, é importante observar que as previsões para 2024 estão abaixo dos níveis anteriores em 2020 e 2021, quando eram de 2,5%. A média da pesquisa aponta para um crescimento estável de 1,9%, a partir de 2024 até 2027.

Finanças Públicas:

No que diz respeito às finanças públicas, espera-se uma transição do superávit de 1,3% do PIB em 2022 para um déficit de 1,1% do PIB em 2023, com um intervalo de um desvio-padrão entre 1,4% e 0,9% do PIB.

Para 2024, a expectativa média é de um déficit de 0,8% do PIB, com um intervalo de um desvio-padrão entre déficit de 1,2% e 0,5% do PIB.

A meta do novo arcabouço fiscal para 2024 é um déficit primário zero, com um intervalo de 0,25% do PIB para cima ou para baixo.

Espera-se uma redução contínua do déficit primário, tornando-se superávit, a partir de 2029.

Taxa de Câmbio:

A taxa de câmbio real/dólar deve fechar o ano de 2023 em R$ 4,97, o que representa uma desvalorização de 4,8% em relação ao fechamento de 2022.

As expectativas para os anos seguintes indicam uma ligeira desvalorização nominal do real. É fundamental notar que o cenário econômico global e as condições financeiras internacionais desempenham um papel essencial na determinação da taxa de câmbio.

Déficit em Transações Correntes:

O déficit em transações correntes deverá reduzir significativamente de 2,8% do PIB em 2022 para 1,9% do PIB em 2023.

De 2024 a 2027, espera-se uma estabilização em torno de 2,1% do PIB. Essa melhoria reflete o equilíbrio entre exportações e importações, além da evolução do mercado internacional.

Investimento Direto no País (IDP):

O IDP de 2024 a 2027 deve ser pelo menos 60% superior ao déficit em transações correntes. Isso sugere um fluxo positivo de investimento estrangeiro direto no País, o que pode ser um indicador positivo para o desenvolvimento econômico em médio e longo prazos.

Creio que esses são os principais indicadores macroeconômicos que as empresas precisam considerar para planejar seus próximos anos, mas não os únicos.

É fundamental também se atentar às particularidades de cada mercado específico e estar sempre preparado para ajustar estratégias e táticas, conforme necessário, à medida que as circunstâncias mudam.