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Boas e baratas: 9 apostas da gestora Squadra, conhecida por revelar fraude do IRB (IRBR3)

19 ago 2024, 18:38 - atualizado em 19 ago 2024, 23:26
Ibovespa
Nesta segunda-feira (19), o Ibovespa (IBOV) contou com um recorde duplo (Imagem: iStock.com/CreativaImages)

Que a bolsa é barata, o investidor deve estar careca de saber. Porém, a tese ganhou mais uma defensora: a gestora Squadra, uma das mais prestigiada do mercado, conhecida por revelar o esquema de fraude contábil do IRB (IRBR3). Segundo a carta semestral, “estamos de volta a uma situação de valuations atrativos em empresas de qualidade”.

“Sem dúvida, importante indicativo de retornos favoráveis à frente para aqueles que possuem horizonte compatível com o investimento em ações”, afirmou. No ano, a bolsa bate recordes, mas, mesmo assim, a gestora de Guilherme Aché vê espaço para valorizações.

Nesta segunda-feira (19), o Ibovespa (IBOV) contou com um recorde duplo. Durante o pregão, o principal índice da bolsa brasileira renovou a máxima intradia histórica, aos 136.179,21 pontos.

Na carta, a gestora lembra que em 2022, havia oportunidades de empresas de qualidade e baratas, independente do que os pundits macroeconômicos de plantão achem sobre a direção do vento da economia e da política. Ao que parece, a janela se abriu novamente.

“Presenciamos novas quedas de preços dos ativos financeiros locais e a bolsa brasileira foi um destaque negativo comparada aos demais mercados relevantes mundo afora. Em nossa visão, estamos de volta a uma situação de valuations atrativos.”, escreve.

A Squadra também recorda que a principal responsável pela melancólica performance relativa dos ativos brasileiros tem sido a dúvida que o governo atual gera sobre o equilíbrio fiscal e sobre um possível ativismo na condução da política monetária.

“Decerto, é sensato que participantes do mercado se mostrem preocupados com aumentos excessivos de gastos públicos em um país com o histórico inflacionário do Brasil”, diz.

Por outro lado, quando comparado a outros momentos agudos de preços (Global Financial Crisis, crise econômica do final do governo Dilma Rouseff, COVID e inflação mundial sem precedentes em 40 anos), o cenário atual carrega consigo um menor nível de incerteza, afirma.

“Em nosso exercício de compreender o contexto em que estamos e raciocinar sobre evoluções possíveis, percebemos uma desilusão disseminada com o investimento em ações no Brasil […] Simplesmente, muitos jogaram a toalha. Pelos padrões de comportamento usuais, esse próprio sentimento de desesperança tende a caracterizar um ambiente propício para realizar bons investimentos”, destaca.

As apostas da Squadra

Para a Squadra, Equatorial (EQTL3) e Energisa (ENGI11) são possivelmente as melhores empresas do segmento de distribuição de energia no Brasil. “Além de contarem com times de gestão qualificados, suas concessões apresentam bastante crescimento e ótimos retornos marginais sobre o capital empregado”, diz.

Segundo cálculos, as taxas internas de retorno “que enxergamos em suas ações se encontram em patamares superiores à inflação + 12% ao ano”.

Já a Ultrapar (UGPA3) e Vibra (VBBR3) são líderes em distribuição de combustíveis, segmento caracterizado por vantagens competitivas relacionadas a escala e reconhecimento de marca.

Considerando o montante de créditos tributários a que fazem jus, estão negociando a múltiplos inferiores a 9x seus lucros projetados.

“Vislumbramos uma boa probabilidade de as companhias seguirem em uma trajetória virtuosa expansão de retornos e geração de caixa nos próximos anos, beneficiando-se de ambientes competitivo e institucional mais favoráveis”, diz.

No setor de petróleo e gás, a Squadra diz que a PRIO (PRIO3) vem reduzindo significativamente seus custos de operação, o que torna seu negócio mais defendido para lidar com variações no preço do petróleo.

Além disso, nas cotações atuais, a empresa gera um Free Cash Flow Yield de cerca de 20%, que vem sendo reinvestido em seu pipeline de projetos para alcançar um aumento de produção superior a 50% no futuro próximo.

“Considerando seu balanço desalavancado, histórico de alocação de capital e o tamanho do setor de óleo e gás no país, a companhia tem as fortalezas para seguir gerando valor também inorganicamente”, completa.

No agronegócio, a gestora vê a Rumo (RAIL3) como um ativo único e irreplicável, fundamental para escoar a crescente produção do Centro-Oeste.

“A empresa, que negocia a 14x sua geração de caixa normalizada, tem oportunidade de investir na expansão de seu sistema de modo a obter elevações concomitantes de volumes e preços nos próximos anos, resultando em incrementos importantes de lucro”, diz.

E no setor imobiliário, a gestora diz que enquanto há uma tradição de se comprar imóveis para alugar a rendimentos anuais entre 4 e 6% (antes de impostos) e muitos têm optado por Fundos Imobiliários em busca de dividendos (inflados, em alguns casos), os melhores shoppings do país estão na bolsa de valores a mais de 8% de Free Cash Flow Yield.

“Além disso, a Multiplan (MULT3) vem ampliando suas vantagens competitivas e gerando valor para seus acionistas, ao investir na expansão de seus ativos dominantes e fazer recompras de suas ações aos preços atuais”, coloca.

Por fim, a casa lamentou não ter pego o bonde do Nubank (NU), que disparou mais de 100% nos últimos meses, mas diz que aposta do Inter.

“Como investidores do Inter, enxergamos a empresa hoje, sob vários aspectos, em sua melhor constituição desde o IPO. Após uma contribuição importante para a performance dos fundos ao longo do último ano, trata-se atualmente de uma posição representativa em nosso portfólio, porém menor do que era há poucos meses”, coloca.

A Squadra também desmontou o short em Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3), mas ainda vê o Mercado Livre como a grande ganhadora do e-commerce brasileiro.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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