Homens continuam trabalhando bem menos que mulheres em lares do país
A participação dos homens nos afazeres domésticos nas residências brasileiras aumentou ligeiramente de 2018 para 2019, segundo pesquisa do Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE), mas eles continuam contribuindo bem menos do que as mulheres nas tarefas de casa.
Segundo o IBGE, o percentual de homens que realizam afazeres domésticos passou para 78,6% no ano passado ante 78,2% um ano antes, o que significa que o percentual de mulheres que realizam esses afazeres ainda é bem mais alto, com 92,1% em ambos os anos.
“A realização de afazeres pelos homens só se equipara à pelas mulheres quando este vive sozinho. Quando está em coabitação, seja na condição de responsável pelo domicílio ou de cônjuge, a realização de afazeres domésticos dos homens se reduz sensivelmente em certas atividades, exceto nos pequenos reparos para domicílio”, disse a pesquisa do IBGE.
Segundo o IBGE, 85,7% dos 146,7 milhões de pessoas com ao menos 14 anos tinham tarefas domésticas no ano passado no país.
Apesar do aumento da atividade doméstica dos homens, a média de horas dedicadas aos afazeres retrata uma enorme diferença n realidade dos lares brasileiros. Enquanto as mulheres dedicavam 21,4 horas por semana a essas tarefas, os homens destinavam 11 horas semanais. Esses percentuais se mantêm relativamente parecidos desde 2016.
“Houve um pequeno aumento na taxa de realização dos homens, mas elas dedicam mais horas semanais que os homens e isso vem desde o início da série em 2016, até com um pequeno aumento”, disse a analisa do IBGE Alessandra Brito.
“Mesmo quando homens e mulheres estão trabalhando fora de casa existe uma diferença de mais de 8 horas por parte das mulheres”, acrescentou.
Essa diferença entre a participação de homens e mulheres nas obrigações do lar varia de acordo com a região do país, grau de escolaridade, faixa de idade, e cor ou raça.
As taxas de realização de afazeres domésticos pelas mulheres brancas (91,5%), pretas (94,1%) ou pardas (92,3%) é sempre mais alta que a dos homens dos mesmos grupos de cor ou raça (80,4%, 80,9% e 76,5%, respectivamente).
A maior taxa de realização ocorreu entre as mulheres pretas (94,1%) e a menor, entre os homens pardos (76,5%).
Ainda de acordo com o IBGE, em 2019, a taxa de realização de afazes domésticos era de 81,9% entre aqueles sem instrução ou com ensino fundamental incompleto e de 90,3% entre aqueles com ensino superior completo, uma diferença de 8,4 pontos percentuais.