Histórico mundial e chinês indica alguns impactos iniciais sobre o agro se covid avançar
Nos passos do histórico dos meses mais graves da pandemia no mundo, entre o meio de 2020 e o primeiro trimestre de 2021, pode-se projetar alguns impactos sobre o fluxo mundial de commodities agrícolas caso se consolide o quadro de avanço da covid-19, pelo menos nos primeiros meses.
Mesmo que a nova onda, impondo temores na Europa, Estados Unidos e Ásia – e ainda à espera do comportamento contagioso da cepa africana – pegue a população mundial mais ‘experiente’ em lidar com as restrições que já estão surgindo, não deve mudar muito em relação ao que já foi visto.
O algodão tende a sofrer prejuízo mais imediato. Como ocorreu antes.
Afinal, com menor circulação interna e de viagens, vida social e profissional mais limitada (em um mundo que já não sairia mais integralmente do home office), de que adianta o consumo excessivo de roupas e acessórios?
Desde os 116,92 c/lp do dia 17 de novembro, portanto antes do mundo ter notícia da variante ômicron, o contrato março só caiu em Nova York. Nesta sexta, perdeu mais de 3,5%, para fechar em 111 c/lp.
As demais commodities agrícolas e carnes sofrerão também, mas numa escala mais reduzida. O consumo nos lares não compensa totalmente o tombo que os restaurantes e cafés no Hemisfério Norte terão com menor frequência, mas atenua. Como ocorreu inclusive no Brasil em algumas cadeias, descontando o desemprego.
O que pode fazer a diferença é sempre a China, principalmente para o Brasil, também seguindo a experiência do país.
O primeiro a se fechar totalmente contra o vírus e o primeiro a sair do caos ainda no começo do segundo semestre do ano I do coronavírus – quando voltou a importar muito do Brasil -, ainda mantém mão de ferro contra a pandemia, e não tem hesitado em fechar fronteiras e barrar a movimentação interna entre algumas províncias.
Daí que pode reproduzir o mesmo resultado desta vez, se for o caso, mesmo que a nova variante, que está assustando o mundo, se mostre mais complexa para as vacinas atuais.
Parênteses: o algodão seguirá sofrendo, porque a China importa para fornecer produtos finais para o mundo, e o café não é uma bebida que conquistou os chineses.