Histórico de Powell é ‘misto’, diz instituto de pesquisa
Um instituto de pesquisa bem crítico do histórico do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre regulamentação bancária divulgou uma avaliação de seu mandato de quatro anos nesta segunda-feira que é por vezes rígida, outras elogiosa, destacando as considerações conflitantes à medida que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, avalia se o mantém no cargo.
O relatório de 23 mil palavras da Better Markets, divulgado antes da conferência anual de banqueiros centrais de Jackson Hole, destaca o histórico “muito pobre” de Powell no front da regulamentação bancária e sua resposta “inexplicavelmente lenta” aos riscos relacionados ao clima.
O documento também elogia sua abordagem “exemplar” diante dos ataques do ex-presidente Donald Trump à independência do banco central dos Estados Unidos, e nota sua ação rápida e agressiva para proteger a economia do impacto da pandemia de coronavírus, bem como os benefícios do novo enfoque do Fed no mercado de trabalho, liderado por Powell.
Intitulado “Deveria o chair do Federal Reserve, Jay Powell, ser renomeado?”, o relatório nunca responde à própria pergunta.
Dennis Kelleher, que dirige o instituto que o New York Times uma vez chamou de “primo de terno do Occupy Wall Street”, diz que é de propósito.
Kelleher, que foi membro da equipe de transição do então presidente eleito Biden e da vice-presidente eleita Kamala Harris, disse que o objetivo é “pressionar por um processo muito robusto que seja substantivo, abrangente e completo”.
Biden precisará tomar uma decisão de uma forma ou de outra nos próximos meses, já que o mandato de Powell termina em fevereiro.
Vozes progressistas a favor da substituição de Powell normalmente se concentram no que consideram uma flexibilização injustificada da regulamentação do setor bancário sob a supervisão do chair do Fed, uma opinião que Kelleher compartilha, e no que eles veem como uma abordagem menos do que proativa para combater as mudanças climáticas em comparação com outros bancos centrais globais.
Mas eles também culpam o Fed por exacerbar a desigualdade de renda ao impulsionar o valor de ativos como as ações.
Nesse aspecto, o relatório de Kelleher é decididamente menos crítico, observando que a promessa do Fed, liderado por Powell, de não apertar a política monetária até que a economia alcance o emprego máximo deve, no longo prazo, ajudar a reduzir a desigualdade de renda.