Hidrovias: analistas chamam atenção para valuation em níveis “muito atraentes”
Os resultados da Hidrovias do Brasil (HBSA3) agradaram os analistas do BTG, que destacam os valuation em níveis “muito atraentes” da companhia.
De acordo com Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Ricardo Cavalieri, a empresa negocia a um preço sobre lucro (P/L) de 11,6 vezes, enquanto os seus concorrentes negociam, na média, a 22,2 vezes. Além disso, o TIR (Taxa Interna de Retorno) está em 10,3%, em termos reais, “um grande prêmio para seus principais pares”.
“Há espaço para um re-rating múltiplo à medida que entregam o plano de crescimento esperado e desenvolvem novos projetos”, afirmam.
Resultados
A empresa apurou lucro líquido de R$ 37 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 13 milhões do mesmo período de 2019. A cifra ficou acima da projeção de R$ 23 milhões.
A receita líquida de R$ 358 milhões superou em 27% a expectativa do BTG.
Já os volumes transportados caíram 15%, impulsionados por um fraco desempenho na operação de cabotagem.
“Essa queda foi ocasionada por problemas no cais de descarga utilizado pelo cliente e sem impacto nos resultados, pois o contrato é no formato take-or-pay (contratos de longo prazo)”, afirmou.
O grande destaque ficou com o corredor do norte, que inclui as hidrovias da bacia do Amazonas, com alta de 31%, enquanto o corredor sul registrou uma queda de 8% prejudicada pela crise hídrica.
As vendas do Porto de Santos e Sal foram de R$ 15 milhões (23% acima do esperado) e a margem EBITDA ajustada totalizou 62%.
Para 2021, o BTG afirma que os investidores devem ficar de olho no desempenho de grãos, no risco hidrológico do rio Sul e a na atualização do leilão do Ferrogrão, que ainda está em avaliação pelo Tribunal de Contas da União.
A corretora tem recomendação de compra para a Hidrovias, com preço-alvo de R$ 11, o que implica valorização de 94%.