Herança maldita de Milei: Inflação argentina é de 12,8% em novembro e 161% em 12 meses
A Argentina registrou uma inflação de 12,8% em novembro, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), equivalente ao IBGE brasileiro. Segundo a imprensa local, trata-se do pior resultado deste ano.
No acumulado de 12 meses até novembro, a inflação argentina soma 160,9%. Já no acumulado desde janeiro, o índice chega a 148,2%.
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Segundo o site Infobae, com o resultado, o ex-presidente Alberto Fernández, que transferiu o cargo para Javier Milei no último domingo (10), entrou para a história com o maior índice acumulado de inflação em quatro anos de mandato, desde a hiperinflação de 1990. Sob sua gestão, os preços aumentaram 1.000% (sim, você leu corretamente: mil por cento).
A vitória de Milei no segundo turno da eleição presidencial, realizado em 19 de novembro, contudo, também pesou no bolso dos argentinos, segundo a Universidad Metropolitana para la Educación y el Trabajo.
Isto, porque parte da inflação do mês passado refletiu a reação de empresários e varejistas à expectativa e posterior vitória de Milei. Como se sabe, o economista ultraliberal já sinalizada, durante a campanha, que liberaria os preços e desvalorizaria o peso.
Argentina sob Milei: População pode esperar mais inflação
A divulgação da inflação de novembro ocorre menos de 24 horas após o ministro da Economia de Milei, Luis Caputo, divulgar as primeiras medidas para debelar a alta de preços e controlar as contas públicas, afim de tirar o país da profunda crise dos últimos anos.
Assista ao anúncio das primeiras medidas do governo Milei, feito por Luis Caputo, para tirar a Argentina da crise:
O problema é que as medidas que serão implementadas devem gerar ainda mais inflação no curto prazo, já que envolvem o fim dos subsídios aos preço da energia e transportes, o aumento do imposto sobre importação e a alta do câmbio oficial para 800 pesos por dólar – um salto de cerca de 100% sobre a cotação anterior.
Empresários e varejistas ouvidos pelo Infobae estimam que a cesta básica argentina, composta por 30 itens, encarecerá cerca de 100%. Alguns produtos, como a banana, saltarão mais de 200%.
Ao anunciar as medidas, ontem à noite, Caputo reconheceu que a Argentina “vai piorar” nos próximos meses, antes que a economia reaja. Para o ministro de Milei, é preciso enfrentar a inflação reprimida por anos de intervenções governamentais, que envolveram acordos com setores produtivos, tabelamentos e congelamentos de preços, concessões de subsídios e manutenção de uma taxa de câmbio artificialmente baixa.