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Helio Pio: Curto, médio ou longo prazo? Como investir em fundos de renda fixa e crédito privado

15 out 2021, 13:17 - atualizado em 15 out 2021, 14:04
(“Os mais pessimistas vêm se posicionando de forma mais conservadora”, disse o colunista Imagem: Divulgação/Devant)

O cenário composto de aumento da Selic para 6,25% ao ano (e para cima e avante!), proximidade de um turbulento ano eleitoral, debates acalorados sobre teto de gastos, Brasília em clima ideológico superaquecido, pressão inflacionária por aqui e em grande parte do mundo, tem deixado o mundo dos investimentos alerta e apreensivo.

Os mais pessimistas vêm se posicionando de forma mais conservadora, buscando liquidez, aversão a risco e portos seguros. Os ainda otimistas, estão tomando risco e vendo oportunidades de investimentos focados no médio e longo prazo. Em qual dos dois perfis você se encaixa? 

Seja pessimista, otimista ou do time do meio termo, a renda fixa e o crédito privado com certeza deveriam ocupar uma parcela dos seus investimentos (menor ou maior) e estar presente em sua carteira de aplicações.

A categoria de investimentos em renda fixa e crédito privado é, hoje, a maior do mundo. E isso não é à toa. Dar crédito a nações, grandes empresas, financiar projetos ambiciosos no setor privado (de empresas que já se mostraram mais do que capazes de implementar e operacionalizar os seus projetos) configura uma excelente oportunidade de investimento. Isso, obviamente, sem esquecer que a diversificação é essencial em qualquer portfólio. 

Dito isto, tanto os fundos de investimentos em renda fixa e crédito privado com alta liquidez (recurso disponível no mesmo dia ou, no mais tardar, em 24 horas) quanto os com resgates mais longos (por exemplo, em 30 dias), vêm ganhando cada vez mais espaço na preferência dos investidores brasileiros. 

E é fácil entender os principais motivos. Esses fundos possuem: 

Times de gestão altamente capacitados e 100% do tempo focados em buscar, analisar, investir e acompanhar os ativos;

– Diversificação em mais de 50, 60 ou 70 ativos diferentes (diluição de risco);

– Acesso direto às empresas e aos projetos financiados para acompanhamento com lupa dos indicadores e evolução da qualidade da dívida;

– Análise macroeconômica tanto da política brasileira quanto da global visando atenção aos aumentos de juros, pressões inflacionárias e outras variáveis que possam impactar negativamente (ou se tornarem boas oportunidades);

Mas nem só de flores vive o mundo dos investimentos, concorda? Por isso, também é preciso, antes de escolher o fundo de renda fixa e crédito para investir, olhar e analisar, principalmente, como o fundo se comportou em momentos adversos. 

A pandemia provocada pela Covid-19 é um ótimo teste para isso. Basta buscar uma resposta precisa para alguns questionamentos:

– Qual foi o comportamento do caixa do fundo de JAN20 a JUN20? 

– Qual foi o comportamento da parcela de “crédito estruturado” do fundo, nesse mesmo período? (Aumentou, se manteve estável ou até baixou percentualmente?)

– Qual o nível de transparência e qualidade das informações que a gestora divulga para os seus cotistas? 

– O fundo vem entregando a performance proposta olhando para janelas de 12, 24, 36 meses e desde o seu início?

Com todas essas respostas em mente, é hora de escolher uma gestora e buscar o fundo que melhor se adeque ao seu perfil. 

Não existe certo ou errado nessa escolha. Devo aplicar em um fundo de resgate mais curto ou um mais longo? Você deve escolher o que se enquadre em seu perfil e expectativas, sabendo que o fundo de resgate mais curto será mais conservador em seus investimentos e buscará um retorno na faixa de 105% a 110% do CDI, e que os fundos mais longos (D+30) buscarão retornos superiores a 120% do CDI. Já os fundos para investidores qualificados, costumam visar retornos superiores a 140% do CDI.

Faça o “dever de casa”, reflita cuidadosamente sobre a avaliação de risco versus retorno pretendida, pondere sobre a qualidade do gestor e boa sorte!