Colunistas

Helio Pio: Até onde vai a Selic?

04 mar 2022, 16:13 - atualizado em 04 mar 2022, 17:02
Helio Pio
“Independente do valor da Selic, o mais importante para o investidor pessoa física é ter em mente que a relação de risco vs. retorno”, diz o Colunista (Imagem: Devant Asset/Reprodução)

Essa é uma pergunta que ouvimos todos os dias. Mas é quase impossível acertar com precisão em que patamar nossa taxa referencial de juros irá se estabilizar.

Há uma verdadeira profusão de variáveis internas e externas que precisam, de alguma forma, se harmonizar em uma complexa matemática para chegarmos a um valor minimamente crível para o custo do dinheiro em nossas fronteiras.

Independentemente desse número vir a ser 11,50%, 12,25% ou mesmo 13,50% ao ano, o mais importante para o investidor pessoa física é ter em mente que a relação de risco vs. retorno está muito mais favorável no momento do que há dois anos (com a Selic à 2% a.a.) para fundos que têm muitos dos seus ativos indexados ao CDI.

Quando se olha para as oportunidades de investimento, percebe-se que a renda fixa e o crédito privado voltaram a ter presença garantida entre os produtos oferecidos para o investidor nas plataformas online, bancos digitais e via assessores de investimentos.

Isso acontece porque um fundo que tinha retorno de 120/140% do CDI com a Selic a 2% a.a. rendia menos de 3% ao longo de 12 meses. Mas com o juro na casa dos 10% a.a., 120/140% do CDI equivale àquele número mágico que o investidor brasileiro ama: rendimento igual ou superior a 1% ao mês.

Alguns fatores são fundamentais para termos conseguido entregar resultados superiores à Selic ao longo dos anos na Devant Asset.

São eles: processos rigorosos de escolha de ativos, seleção de investimentos criteriosa e monitoramento constante das operações ao longo do período investido, principalmente no que diz respeito à parcela de crédito estruturado.

Quando falamos de crédito estruturado, estamos nos referindo a diversos tipos de ativos, sendo os mais comuns: FIDCs* multicedentes-multisacados, FIDCs monocedente-multisacados, CRIs* corporativos, CRIs com lastro pulverizado, CRAs*, CCIs* e debêntures corporativas.

A parcela de crédito estruturado pode variar de 5% a 40% do capital dos fundos 555 da Devant, dependendo da performance.

No caso dos fundos imobiliários, ela pode ser superior a 95%. Dentro dessa fatia de crédito estruturado, analisamos, acompanhamos e investimos em muitas operações de CRIs com lastro pulverizado.

Avaliamos sete pontos com lupa e atenção redobrada: sobregarantia de recebíveis imobiliários junto com seu histórico de inadimplência; cessão fiduciária da carteira de recebíveis; alienação fiduciária das quotas das SPEs*; projetos imobiliários – avaliação e monitoramento; fundo de obra e fundo de reservas; monitoramento completo das operações e de seus recebíveis e segmento de ativos.

Um movimento de desmistificação de investimentos em crédito vem sendo executado de forma muito ampla pelas plataformas digitais e assets em nosso mercado de renda fixa e crédito privado, principalmente na parcela de crédito estruturado.

Assim como no mercado de ações há variáveis importantes a serem observadas antes de investir (como as diferentes expectativas para os setores da economia, seus fundamentos e governança das empresas), no mercado de crédito também existem várias dimensões às quais é prudente acrescentar uma garantia das operações.

Na Devant Asset nos intitulamos uma casa de crédito conservadora, mesmo tendo um fundo imobiliário com até 95% de crédito estruturado e um fundo de crédito aberto com até 40% deste tipo de ativo.

Como isso possível? Graças ao somatório de vários quesitos que nos dão a tranquilidade de alocação em ativos que nos últimos oito anos registraram zero default em nossas carteiras e, mais do que isso, zero atraso de PMT* em nossos ativos.

Conhecimento específico do mercado, dedicação total à análise criteriosa dos seus fundamentos e uma postura intransigente em defesa da confiança que nos foi depositada por nossos investidores certamente compõem a fórmula de nosso sucesso.

Glossário:

– FIDC: Fundo de Investimento em Direitos Creditórios

– CRI: Certificado de Recebíveis Imobiliários

– CRA: Certificado de Recebíveis Agrários

– CCI: Cédula de Crédito Imobiliário

– PMT: Periodic PayMenT Amount (valor da parcela)

– SPE: Sociedade de Propósito Específico