Helena Margarido: Diário de uma HODLer
Caro leitor(a).
Antes de mais nada, agradeço imensamente a todos que estão me acompanhando na websérie Bitcoin: O Investimento da Década.
Eu simplesmente amei fazer esse conteúdo, os feedbacks foram sensacionais e já passamos de 700 inscritos na série Top 5 Crypto.
Muito obrigada a todos pelas mensagens de agradecimento, pelos elogios e por fazerem parte desse fenômeno que está transformando tantas vidas.
Se você ainda não viu os vídeos e não se inscreveu, pode fazer isso por este link aqui (ele fica no ar só até amanhã).
Agora vamos ao assunto da newsletter de hoje…
Poucos sabem, mas o meio mais utilizado para o começo da difusão de ideias sobre o novíssimo mundo das criptomoedas foram fóruns de internet (Reddit e Bitcointalk, principalmente).
Para quem não conhece, esses fóruns são bem diferentes das redes sociais mais complexas que muitos de nós utilizam todos os dias, como Facebook e Instagram.
Na verdade, são espaços para discussão em que geralmente as pessoas ficam “escondidas” por detrás de um apelido criado por elas mesmas – nada de fotos da família, do cachorro, imagens de bom dia, nem mensagens motivacionais.
Talvez exatamente por isso, esse tipo de rede costuma ser marcada por discussões intensas, sem pudores, e por memes. Muitos e muitos memes.
Há até quem diga que essa forma de “contracultura” rudimentar, oposta aos grandes sistemas engessados e com a barra de censura alta como as redes sociais mais difundidas, foi uma das grandes responsáveis pela eleição do Trump nos Estados Unidos.
Verdade ou não, fato é que muito do que conhecemos como projetos multibilionários de criptomoedas teve seu início exatamente em longos posts, discussões e até brigas entre pessoas que jamais se conheceram.
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E, curiosamente, boa parte das lendas e jargões desse nosso admirável mundo novo também.
A expressão “HODLer” surgiu em 18 de dezembro de 2013, num post do Bitcointalk. Nele, o usuário (GameKyuubi), que ao final confessa ter “tomado umas a mais”, estava possesso com o crash no mercado de bitcoin que ocorria na época e com sua vida pessoal.
Contudo, ele assume que é um péssimo trader e, por isso, iria HODLar (um typo – erro de tipografia – para a palavra em inglês “holdar”, que significa manter a posição) seus bitcoins.
Por mais banal que possa ser, o post viralizou e o termo HODL passou a ser a expressão favorita pelos entusiastas de bitcoin.
Afinal, se maior parte das pessoas normais não é trader profissional e se o ativo tem de fato o potencial para ser a melhor forma de dinheiro que já existiu até hoje, não teria sentido liquidar esse ativo pensando no longo prazo.
Na época em que essa mensagem foi postada, eu já fazia parte do criptomercado e me preparava para lançar uma das primeiras exchanges de criptoativos que surgiu no Brasil (posteriormente adquirida por um dos maiores players da atualidade).
Já tinha bitcoins, já tinha ganho um bom dinheiro com algumas compras e vendas mas, assim como boa parte dos entusiastas da época, passei o ano de 2014 inteiro amargando a correção do preço depois da alta histórica dos $1.000 no final de 2013.
Naquele tempo, eu nem sonhava que um dia teria séries dedicadas a esses ativos como investimento e, num mercado tão novo, confesso: caí na besteira de não HODLar alguns bitcoins.
Explico.
A passagem de quase 300 mil
Minha primeira viagem para China foi no início de 2015, para uma conferência em Hong Kong em que palestrei.
Como boa entusiasta que sou, emiti minha passagem numa promoção de milhas (nada do glamour de palestrante com 1ª classe e tudo pago).
A viagem era por São Paulo, com escala em Johanesburgo (África do Sul), uma espera de 7 horas no aeroporto e depois um voo de 15 horas até Hong Kong.
Em outras palavras: mais de 30 horas de viagem até o destino, com 11 horas de fuso horário para frente. Para ter ideia, quando cheguei lá, não fazia ideia qual dia era.
Fiquei uma semana em Hong Kong em uma das mais incríveis viagens que já fiz em função dessa causa.
Mas o que ninguém conta quando você está numa viagem dessas é que as pessoas e obrigações que você deixou no seu “fuso horário original” não param. Conclusão: foi uma semana em que eu mal dormi.
Então, chegou o dia de ir embora. Estava exausta e aquelas 30 horas de viagem de volta somadas ao que parece ser uma viagem no tempo começaram a me dar paúra.
Decidi então comprar outra passagem de executiva numa super promoção que achei: US$ 1.000 (uns R$ 3.500 na época), com escala em Toronto. E por que a promoção? Porque ela valia só para quem pagasse em bitcoin.
Assim aconteceu um dos maiores erros da minha vida: paguei algo em torno de 4,5 bitcoins em uma passagem de avião. Se tivesse guardado, esses mesmos bitcoins valeriam R$ 292.500.
Toda vez que me lembro dessa história lembro do quanto é importante manter o pensamento a longo prazo nesse mercado, pois a “escola da vida” pode acabar custando muito mais caro que um MBA.
Entender a movimentação de mercado é fundamental para fazer escolhas de melhores momentos em qualquer mercado.
Mas, no caso do bitcoin especificamente, o momento não poderia ser melhor para compra.
Portanto, aprenda com meu erro e siga meu conselho: “JUST HODL”. Você não vai se arrepender.
Um grande abraço e até a próxima!