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hEDGEpoint corta estimativa de safra de soja do Brasil; reduz exportação e consumo

09 fev 2022, 8:36 - atualizado em 09 fev 2022, 8:36
Com a revisão, a previsão de safra deverá ficar abaixo do recorde de 137,3 milhões de toneladas do ciclo passado (Imagem: REUTERS/Jose Roberto Gomes)

A safra de soja do Brasil em 2022 foi estimada em 133,3 milhões de toneladas, redução de cerca de 5 milhões de toneladas na comparação com previsão de janeiro, avaliou nesta quarta-feira a hEDGEpoint Global Markets, cortando também expectativas de processamento e exportação em meio à menor oferta em função da quebra pela seca.

Com a revisão, a previsão de safra deverá ficar abaixo do recorde de 137,3 milhões de toneladas do ciclo passado, segundo analistas da empresa de gestão de risco e hedge de commodities agrícolas e energéticas.

Apesar do corte, a hEDGEpoint ainda trabalha com números mais otimistas em relação aos de outras casas de análises, com algumas vendo a produção cair para 125 milhões de toneladas.

Isso pode ser explicado, entre outros fatores, pelo fato de a empresa estimar uma área plantada maior para o Mato Grosso, o que acabou sendo confirmado em levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), disse o analista Alef Dias.

“Talvez o que possa compensar (parte das quebras) é o Mato Grosso. Os rendimentos estão muito bons, se tiver uma surpresa positiva, pode vir mais do Mato Grosso”, afirmou ele, citando também uma melhora climática no Paraná, que antes foi severamente afetado pela seca.

No Rio Grande do Sul, onde a safra é normalmente mais atrasada, o clima continua desfavorável, e não deve permitir uma melhora nos números.

Com a redução na safra, a hEDGEpoint também reviu números de demanda.

O processamento de soja do Brasil em 2022 agora está estimado em 45,5 milhões de toneladas, queda de 1,5 milhão de toneladas ante previsão de janeiro, marcando uma redução também versus o ciclo anterior (46,4 milhões de toneladas).

Segundo o analista Pedro Schicchi, o mercado interno aponta uma procura menos aquecida por farelo de soja, em função de uma exportação mais fraca da indústria de carnes, além da redução do mandato de biodiesel (o óleo de soja é a principal matéria-prima do biocombustível).

Se a China está importando menos carne devido à recuperação do rebanho suíno, terá de manter fortes suas importações de soja para produzir farelo para alimentar o plantel de animais, o que favorece a exportação brasileira do grão, comentou Schicchi.

“No fim das contas, é tudo relacionado à China, que está saindo da peste suína africana, aumentando o rebanho e precisando importar menos carne e mais insumo para ração, eles devem manter um nível de importação (de soja) perto do ano passado”, comentou.

Por isso, a estimativa de exportação de soja do Brasil foi reduzida em menor intensidade do que a safra, e o volume ainda deve superar a temporada anterior, quando somou 86,1 milhões de toneladas.

Os embarques do Brasil, maior exportador global, foram vistos em 86,5 milhões de toneladas em 2022, ante 88,7 milhões na previsão de janeiro.

No milho, com o plantio da segunda safra se desenvolvendo bem, a empresa ainda vê possibilidade de uma safra recorde de 112,9 milhões de toneladas, apesar de uma redução de 0,9% na estimativa diante das perdas na colheita de verão.

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