Coluna do Valério Klug

Hedge e especulação no Ibovespa: entenda os contratos futuros

18 nov 2024, 12:17 - atualizado em 18 nov 2024, 12:17
Quem não faz contas paga para quem faz. (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Os contratos futuros de índice sobre o Ibovespa são mecanismos de especulação e hedge que utilizam alavancagem financeira, proporcionando grande versatilidade em margens, tanto para carregamento de posições por mais de um dia (swing trade) quanto para operações especulativas de curto prazo (day trade).

Por exemplo, com o índice IBOV em 130.000 pontos, um contrato cheio (grande) vale R$ 130.000,00, mas exige apenas 20% desse valor como margem de garantia (R$ 26.000), além de um adicional para ajustes diários. Caso o investidor esteja comprado e o índice desvalorize, será necessário cobrir a diferença com recursos adicionais.

Já o contrato de mini índice futuro equivale a uma posição de R$ 26.000,00 e exige uma margem de 20% (R$ 5.200). Em momentos de alta volatilidade, as corretoras podem solicitar margens adicionais como medida de segurança.

A dinâmica da alavancagem funciona da seguinte maneira: se um investidor acredita na alta do índice Ibovespa, ele pode adquirir 1 contrato cheio ou 5 contratos de mini índice, representando uma exposição de R$ 130.000,00 com apenas R$ 26.000,00 em garantia. Isso configura uma alavancagem de 5 vezes: para cada 1% de alta no índice, o investidor obtém um ganho financeiro de 5% — a mesma proporção se aplica em caso de queda.

Outra aplicação prática é substituir o termo de ETF BOVA11 por contratos futuros. Investidores também podem realizar hedge de suas carteiras, protegendo-se contra quedas no mercado. Por exemplo, se o investidor possui uma carteira de R$ 100.000,00 próxima à composição do IBOV e decide cobrir 80% dessa posição, uma queda de 30% nos ativos geraria apenas uma perda de 6% na carteira, garantindo maior estabilidade.

Nesse contexto, é importante acompanhar os ajustes diários. Para contratos vendidos no hedge, as quedas no índice geram crédito na conta; já as altas implicam débitos. O controle financeiro deve ser criterioso, e a proporção da cobertura deve estar alinhada às expectativas e à análise de mercado.

Os contratos futuros apresentam uma alavancagem de 5 vezes, funcionando como se o investidor utilizasse 20% de garantia e “emprestasse” os outros 80%. Essa operação inclui custos: posições compradas sofrem com juros e depreciação, enquanto posições vendidas geram o recebimento de juros.

Por exemplo, com o Ibovespa em 130.000 pontos e uma taxa de juros de 12% ao ano (1% ao mês), contratos bimestrais terão um “desgaste” de 2% ao longo de dois meses — o equivalente a 2.600 pontos. Dividindo esse impacto por 40 pregões, o índice futuro perde cerca de 65 pontos por dia em favor do vendedor.

Assim, especuladores alavancados devem considerar esses custos, enquanto investidores podem se beneficiar das taxas e dos pontos a favor em operações de hedge. Essas estratégias são amplamente utilizadas para estabilizar investimentos e gerar rendimentos consistentes ao longo do tempo. Educação financeira é fundamental: quem não faz contas paga para quem faz.

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