Hedge com insumos é favorável aos produtores que estão voltando às vendas
Até que o clima esteve adverso nos Estados Unidos durante o plantio dos grãos, os produtores brasileiros estavam fora das vendas. Depois da inversão, nos últimos 10 dias, já se nota um movimento maior pelo temor de que as cotações da soja caiam mais, porém mais ainda pela compensação favorável que o hedge dos insumos está proporcionando.
Essa é principal vantagem de o “produtor aproveitar o cavalinho encilhado”, na metáfora do analista Vlamir Brandalizze, para quem o Brasil já negociou 20% do volume projetado.
Com o câmbio colocando menos pressão no real, os pacotes de relação de trocas estão num bom momento, mesmo com as cotações mais curtas perdendo o suporte dos US$ 16 em Chicago.
A régua para cada produtor e região varia, mas Brandalizze vê situações nas quais os produtores precisavam de 22 sacas de soja. Caíram para 16.
Há uma perspectiva de que a oleaginosa fique sob pressão, com a safra americana quase toda semeada, chuvas boas e regulares e com a China esfriando prontamente a demanda da soja americana para segurar os preços. No relatório semanal do USDA, os embarques mostram volumes irrisórios, segundo Vlamir, de 248 mil toneladas.
Daí também, para o diretor da Brandalizze Consulting, que o produtor aproveite o cenário e trave suas necessidades para a próxima safra.
Nesta quinta (27), a oleaginosa sob firme na bolsa de commodities, a CBOT, mas mais pela pressão altista dos derivados (farelo e óleo), pela forte expansão dos preços do milho, além do mercado financeiro americano, influenciado pela queda nas solicitações do seguro desemprego nos Estados Unidos.
Caminha para fechar nos contratos mais curtos, julho e agosto, respectivamente em torno de mais 33 pontos, acima de 2,20%, em US$ 15,36 e 14,86 o bushel; o setembro e novembro, também em alta na mesma pontuação, entre US$ 13 e US$ 14. .
Vlamir Brandalizze que os dois primeiros vencimentos a baliza é os US$ 14 a US$ 15. Nos dois mais a frente, entre US$ 13 e US$ 14.