Hapvida: parceria com Roche é positiva e enxugará custos, diz Ágora
O acordo entre a Hapvida (HAPV3) e a farmacêutica Roche para construção de uma infraestrutura de exames foi vista com bons olhos pela Ágora, mostra relatório enviado a clientes nesta quinta-feira (10).
Para os analistas Fred Mendes e Flávia Meireles, que assinam o documento, o acordo com a Roche parece ser muito interessante para ambas as partes e deve trazer benefícios significativos, sobretudo, para a Hapvida.
“Embora não tenhamos visibilidade sobre os valores e margens aplicadas nesta parceria, ela deve trazer reduções de preço de exames”, afirmaram.
A Roche construirá a primeira instalação desse tipo fora da Europa, e após implementada, irá substituir os 18 Núcleos Técnicos Operacionais (NTO) regionais da Hapvida.
A unidade ficará na cidade de Recife, capital de Pernambuco, ao custo de R$ 6 milhões pela Hapvida, com estimativa de retorno anual de R$ 30 milhões.
Segundo a operadora, após implementado, o NTO será capaz de processar cerca de 95% dos exames laboratoriais, aumentando o nível de verticalização e otimizando a utilização da capacidade produtiva.
“Nesse sentido e tendo em vista que os custos com exames representam cerca de 20% a 30% dos gastos da rede suplementar, esperamos que traga impactos significativos e positivos para a Hapvida”, disseram.
Expansão
O processo de expansão da Hapvida vem arrancando elogios de analistas. A empresa comprou as unidades de saúde da Promed, em Minas Gerais, Sinhá Junqueira, em Ribeirão Preto, São Paulo e do plano de saúde Samedh, em Goiânia.
Para os analistas do Banco Safra, Samuel Alves e Yan Cesquim, que assinam o documento, a compra da empresa marca o maior movimento inorgânico da Hapvida no estado (há um ano, a companhia adquiriu a RN Saúde, uma pequena operadora de hospitais com 50 mil membros).
A dupla observa que, apesar da baixa sobreposição entre este ativo e as operadoras recentemente adquiridos pela NotreDame (GNDI3) em Minas, as duas empresas devem se aproximar gradativamente em termos de competição (como deve ser o caso também em São Paulo).
“Nós damos as boas-vindas ao movimento da Hapvida, pois ajuda a neutralizar a predominância da NotreDame em Minas Gerais, onde a empresa já tem 7,5% de participação após recentes fusões e aquisições”, argumentaram.