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Hapvida paga mais caro e leva Grupo HB Saúde. Será que valeu a pena?

25 set 2021, 18:21 - atualizado em 25 set 2021, 18:21
Hapvida HAPV3
Analistas relembram que a própria Hapvida teve de aumentar sua oferta em meio à disputa com a SulAmérica (Imagem: Divulgação/Hapvida)

Na última sexta-feira (24), a Hapvida (HAPV3) informou ao mercado que sua proposta de compra ao Grupo HB Saúde, focado no interior de São Paulo, foi a campeã em detrimento da oferta feita pela SulAmérica (SULA11).

A Hapvida acabou oferecendo mais — R$ 650 milhões por 100% das ações –, enquanto que a concorrente chegou a colocar na mesa R$ 563 milhões.

Cerca de 59% dos acionistas do Grupo HB Saúde aceitaram a licitação da Hapvida, quantia suficiente para ser considerada a vencedora da disputa e implicando no pagamento de R$ 384 milhões pela participação majoritária.

Mas será que valeu a pena a Hapvida ter pagado mais para ter o grupo de saúde com penetração na região de São José do Rio Preto? Saiba o que os especialistas têm a dizer.

Analistas do BTG Pactual (BPAC11) relembram que a própria Hapvida teve de aumentar sua oferta em meio à disputa com a SulAmérica.

A Hapvida havia oferecido inicialmente R$ 450 milhões, então elevou seu lance para R$ 650 milhões, após a proposta da SulAmérica de R$ 485 milhões ter sido puxada para R$ 563 milhões, explicam Samuel Alves, Yan Cesquim e Marcel Zambello, que assinam o relatório a clientes e obtido pelo Money Times.

“Mesmo que o lance do Hapvida fosse mais competitivo, a comunidade de investidores não estava considerando esta mudança como um negócio feito, uma vez que a HB tem centenas de parceiros (ou seja, a diferença de valor, em termos absolutos, não era tão grande – ou seja, o relacionamento do adquirente e a percepção da qualidade também importavam)”, salienta o trio de analistas.

Portanto, o BTG vê o resultado da aquisição como positivo para a Hapvida, que ainda pode contar a possibilidade de comprar as participações remanescentes do Grupo HB Saúde.

Os três analistas recomendam a compra das ações da Hapvida, com preço-alvo a R$ 19 por papel, implicando no potencial de valorização de 27%, considerando a cotação atual.

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Setor de saúde: a fusão Hapvida e NotreDame

O mercado de saúde está mostrando forte movimentação desde que a Hapvida (HAPV3) e a NotreDame Intermédica (GNDI3) anunciaram sua fusão, no início de março deste ano, buscando criar um gigante do setor.

O tema saúde suplementar, abordado pelo analista Fernando Ferrer, da Empiricus, promete trazer muitas oportunidades para os investidores nos próximos anos, com a grande busca dos consumidores por serviços do setor, principalmente em empresas verticalizadas, que concentram todas as especialidades, como planos de saúde, hospitais e laboratórios em apenas uma gestão.