Hapvida ou Notre Dame Intermédica? Veja que ação comprar para lucrar com a fusão
As ações da Hapvida (HAPV3) e do Grupo Notre Dame Intermédica (GNDI3) operam com forte alta nesta segunda-feira (01), comprovando o entusiasmo dos investidores com a assinatura, anunciada neste fim de semana, do acordo que criará uma gigante do setor de saúde, por meio da incorporação da Notre Dame pela Hapvida.
Por volta das 11h50, os papéis da Hapvida subiam 10,26% e eram negociados por R$ 17,09; os da Notre Dame avançavam 8,57% e eram cotados a R$ 94,15. No mesmo instante, o Ibovespa apresentava uma alta bem mais modesta, de apenas 0,5%, e marcava 110.583 pontos.
A boa notícia é que a disparada da Hapvida e da Notre Dame na Bolsa está apenas começando, de acordo com os primeiros relatórios divulgados pelos analistas sobre a fusão.
O Banco Safra, por exemplo, elevou a recomendação das duas empresas de neutra para outperform (desempenho esperado acima da média do mercado), depois de rebaixar a Hapvida em janeiro para neutra, mesma nota que a Notre Dame já possuía na época.
Risco menor
Os preços-alvos também foram ligeiramente ajustados, diante das novas informações divulgadas neste fim de semana. Para a Hapvida, ele passou de R$ 20,22 para R$ 20,44.
Para a Notre Dame, baixou de R$ 116,21 para R$ 113,74. Isso representa uma valorização potencial de 32% e 31%, respectivamente, em relação à cotação usada como referência pelo banco.
Ricardo Boiati e Rafael Une, que assinam a análise do Safra, listam dois motivos para melhorar a recomendação das companhias. O primeiro é que, agora, os riscos envolvidos no acordo foram reduzidos, pelo simples motivo de que, enfim, existe um acordo.
O segundo é que as ações apresentam potenciais de alta mais atraentes, desde a forte queda vista a partir de meados de janeiro.
Com os termos do acordo mais claros, o Safra calcula que a fusão gerará grandes ganhos de sinergia. Apenas com a parte operacional e os tributos, o banco calcula que a nova companhia economizará R$ 27 bilhões.
Espaço para aquisições
A XP Investimentos é ainda mais otimista sobre o potencial de alta das ações. Vitor Pini e Matheus Soares, que assinam o relatório de início de cobertura desses papéis com recomendação de compra e propõem preços-alvos de R$ 21 para a Hapvida e de R$ 117 para a Notre Dame.
Seu argumento é simples: separadas, as companhias são fortes o bastante para crescer organicamente, mas, unidas, o cenário fica mais fácil.
“Juntas, elas criam uma rede complementar única de abrangência nacional com espaço adicional para uma consolidação inorgânica e sinergias relevantes”, afirmam os analistas, que estimam sinergias de até R$ 1,1 bilhão.
O BTG Pactual também acredita que, a esta altura, as duas ações são boas para quem deseja lucrar com a fusão. “Com o acordo avançando, ambas continuam boas para comprar e manter, dadas as fortes perspectivas de crescimento”, afirmam Samuel Alves e Yan Cesquim, que assinam o relatório.
Veja o fato relevante sobre a fusão, divulgado neste fim de semana.