Hapvida (HAPV3): Santander vê potencial de alta de quase 62% para as ações, mesmo após corte no preço-alvo
O Santander aproveitou as recentes notícias sobre a Hapvida (HAPV3) e atualizou as estimativas para a companhia.
O banco cortou o preço-alvo das ações de R$ 5,50 para R$ 4,00 — o que ainda representa um potencial de valorização de 61,9% sobre o preço de fechamento da última sexta-feira (6). A recomendação de compra foi mantida.
Na avaliação do Santander, as incertezas relacionadas à judicialização e as provisões para os depósitos judiciais já estão precificadas.
Mas a redução do preço-alvo inclui as perspectivas de base menor de associados de assistência médica, menor Índice de Perdas Médicas (MRL, na sigla em inglês) — depois de um número melhor do que o esperado no último trimestre —, e taxas de juros mais altas. Nas projeções do banco, a Selic deve atingir 14% no próximo ano.
Nesta segunda-feira (9), as ações da Hapvida iniciaram o pregão em alta, mas perderam o fôlego em um movimento de correção dos lucros recentes. HAPV3 terminou o dia com baixa de 2,43%, a R$ 2,41.
Vale lembrar que, na semana passada, a companhia anunciou um investimento de R$ 2 bilhões nos próximos dois anos para a expansão da estrutura — com destaque para a construção de dez hospitais nas principais capitais do país.
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O que esperar de Hapvida?
O Santander espera mais melhorias operacionais na Hapvida nos próximos meses, como a adição líquida positiva de associados, expansão das margens e geração de caixa “ainda mais forte”.
Entre as métricas analisadas, o banco estima um rendimento de fluxo de caixa livre (FCF) de 9% no final de 2025. “Neste ponto, prevemos que a empresa se desalavancará ao longo do tempo, e pode se tornar caixa líquido em 2027”, diz o relatório.
Em relação à judicialização, o Santander espera um crescimento de R$ 121 milhões por trimestre, em média, em depósitos judiciais — o que levaria o índice de cobertura de provisão cível da Hapvida para o nível de 100% já no quarto trimestre deste ano.
Em números, o banco projeta um lucro líquido ajustado de R$ 1,753 milhões no próximo ano, em linha com o consenso do mercado.
É hora de comprar?
Os analistas do Santander afirmam que os investidores locais têm sido “mais do que nunca” orientados para o curto prazo e “parecem negociar ações que têm momentum ou revisão de lucros para cima”.
Eles consideram que a história da Hapvida é mais incerta e depende dos depósitos/provisões judiciais para melhorar o desempenho e, por isso, a ação da companhia “parece” ser mais adequada para investidores de médio e longo prazos.
Mesmo assim, a recomendação é de compra. Nas contas do banco, as ações estão sendo negociadas a um múltiplo de preço sobre lucro (P/L) de 8x para o final de 2025, abaixo da média de 10x P/L, — o que é considerado “barato” na maioria dos cenários, diz o relatório.
Nas estimativas dos analistas, o impacto de um provável aumento da taxa básica de juros é “pequeno”. “ Estimamos que cada mudança de 100 pontos-base (o que equivalente a 1 ponto percentual) na taxa Selic tem um impacto de apenas 1%” nos múltiplos da companhia”.