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Hapvida (HAPV3) recua 5% após resultados do 4T21; especialistas destacam dados mornos

24 mar 2022, 11:54 - atualizado em 24 mar 2022, 11:54
Hapvida
O papel da Hapvida (HAPV3) caía 5,5%, a R$ 11,31, por volta das 11h30 desta quinta-feira (24) (Imagem: Reprodução/ Hapvida)

As ações da Hapvida (HAPV3) lideram as quedas do Ibovespa nesta manhã de quinta-feira (24), após divulgar os resultados do 4T21. O papel da empresa caía 5,5%, a R$ 11,31, por volta das 11h30. Enquanto isso, o Ibovespa apresentava alta de 0,47%, a 118.005 pontos.

Os analistas destacaram a divulgação como o último balanço reportado por Hapvida e Notre Dame (GNDI3) de maneira independente, já que, em fevereiro a fusão das duas empresas foi concluída, e o ticker GNDI deixou de ser negociado.

A empresa de saúde apresentou lucro líquido de R$ 200,2 milhões no quarto trimestre de 2021. De acordo com o relatório divulgado na última quarta-feira (23), o resultado representa um salto de mais de 110% em relação ao mesmo período de 2020, quando a companhia atingiu lucro de R$ 94,3 milhões.

Sob base ajustada (excluindo efeitos do Incentivo de Longo Prazo e amortização do valor justo proveniente da combinação de negócios, líquidos de impostos), o lucro foi de R$ 347,1 milhões, expansão de 51,5% sobre um ano antes.

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Sem espaço para upside

Após a divulgação dos dados, os analistas de ações avaliaram o desempenho da companhia. Segundo o relatório da Ágora Investimentos, de modo geral, os resultados vieram fracos no período.

O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou 9% abaixo do estimado pelo Bradesco BBI e 17% abaixo do consenso. “A decepção de Ebitda foi principalmente devido a receitas mais fracas (-1% frente estimativas do BBI), a MLR (taxa de sinistralidade) caixa 1 ponto percentual pior do que o esperado, em 71,1%”.

Leo Monteiro, da Ativa Investimentos, afirmou que o resultado teve um top line abaixo das projeções da corretora. Ele verificou também que a redução na margem Ebitda ocorreu em função tanto de um pior controle nas despesas quanto de uma sinistralidade ainda alta.

Por outro lado, Monteiro avalia que a companhia tem um “histórico de aquisições de sucesso” e anunciou a fusão com a NotreDame, que também opera em um modelo de negócios similar, “permitindo gerar ganhos de sinergias tanto de custo quanto receita”.

De modo geral, a Ativa não vê espaço para upside nos preços atuais da Hapvida, e classificou a recomendação da ação como Neutra. O preço-alvo da companhia foi calculado em R$ 13,50, uma alta de 12,7% frente o valor de referência do papel.

Destaque para sinistralidade

Para Rafael Barros e Larissa Pérez, analistas da XP Investimentos, o destaque do balanço foi a sinistralidade. A sinistralidade caixa aumentou 5,4 pontos percentuais na comparação anual, para 64,9%.

Os principais fatores para o resultado foram: “as contaminações pela variante Ômicron e pelo Influenza durante a temporada de festas, com impacto de 0,6 ponto percentual na sinistralidade caixa, e maior sinistralidade das empresas adquiridas (entre 78% e 87%)”.

Ticket médio

Especialistas da XP destacaram que as adições líquidas de planos de saúde foram um impacto bastante negativo. Houve um aumento de 14% na comparação ano a ano no número de planos de saúde, juntamente com uma queda de 1,2% na comparação anual no valor do ticket médio.

A XP manteve a recomendação de compra do papel, com preço-alvo a R$ 19, um upside de 58,6% frente o valor de referência do papel.

Marcio Osako e Maria Clara Negrão, da Ágora Investimentos, também se preocupam com o recuo no valor do ticket, “que pode se recuperar mais lentamente do que o esperado, devido à concorrência e às condições macro”.

No geral, o relatório da Ágora aponta que a maioria dos fatores por trás da queda são transitórios, e mantém a recomendação de compra dos papéis, “devido ao valuation atrativo e fortes fundamentos de crescimento”.

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