Hapvida (HAPV3) reage à decisão da ANS após ações desabarem 11%
A Hapvida (HAPV3) afirmou que as medidas propostas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não devem gerar algum impacto financeiro em suas operações.
“Ainda que as mudanças em discussão, caso aprovadas, possam vir a impactar os produtos a serem oferecidos, a companhia não vislumbra, com base nas informações disponíveis neste momento, que tais medidas poderão gerar um impacto financeiro material em suas operações”, disse a Hapvida em comunicado.
Na última segunda-feira (16), a ANS divulgou os resultados de estudos sobre a implementação de uma nova política de preços e reajustes para os planos de saúde.
Entre as novas regras propostas, não será permitida a acumulação de índices financeiros e por sinistralidade para cálculos de reajuste. A agência, então, sugere um percentual mínimo de 75% para sinistralidade para o cálculo do reajuste — alvo de críticas da Hapvida.
Além disso, a ANS propõe que exista um percentual máximo, de 30%, de coparticipação por procedimento, além de limites financeiros mensais (de 30% do valor da mensalidade) e anual (de 3,6 mensalidades).
Para a operadora de saúde, o limite da exposição financeira do beneficiário deveria ser objeto da livre concorrência no mercado entre os produtos propostos pelas empresas do setor.
“Os participantes do mercado de saúde suplementar, setor bastante competitivo, já estabelecem os limites e seus reflexos no preço e na competição”, afirmou a Hapvida.
Ontem (17), após o anúncio das propostas da agência reguladora, as ações HAPV3 caíram mais de 11%, na liderança da ponta negativa do Ibovespa (IBOV).
Hapvida é uma das mais afetadas
Na avaliação dos analistas, o ‘novo’ plano da ANS impacta, em maior grau, a Hapvida considerando o setor de saúde suplementar.
Isso porque a operadora é a mais exposta aos planos coletivos, um dos alvos de mudança da agência reguladora. Hoje, a Hapvida tem 43% de seus planos corporativos situados entre 30 e 999 vidas por contrato.
No comunicado, a operadora afirmou que, com as novas medidas, “o instrumento da coparticipação pode perder seu propósito, o que eventualmente acarretaria planos mais caros”.
Vale lembrar que as propostas da ANS ainda não têm caráter definitivo e aguardam contribuições de empresas e stakeholders— o que inclui uma consulta pública a partir de 19 de dezembro, com prazo de 45 dias, e uma audiência agendada para acontecer nos dias 28 e 29 de janeiro.
A Hapvida, por sua vez, afirmou que apresentará comentários sobre as propostas durante a fase de consulta pública, “além das demais frentes de interlocuções naturais com a agência”.