Hapvida (HAPV3) merece o benefício da dúvida? Ação dispara e lidera as maiores altas mesmo após prejuízo no 1T23
A Hapvida (HAPV3) abriu o pregão do Ibovespa (IBOV) desta terça-feira (16) disparando mais de 10%. Por volta de 11h40, as ações lideravam as maiores altas e avançavam 9,84%.
O movimento já era esperado pelo BTG Pactual, que avaliou o balanço do primeiro trimestre de 2023 (1T23) divulgado na véspera, como uma “surpresa positiva”.
No 1T23, Hapvida apresentou prejuízo líquido de R$ 341,6 milhões. O número implica em um avanço de 25,4%, comparado com o mesmo período do ano anterior, quando as perdas foram de R$ 272,5 milhões.
Além disso, essa marca também veio pior do que o esperado, com o consenso da Bloomberg apontando para um prejuízo de R$ 217 milhões nos três primeiros meses de 2023.
No entanto, para a XP Investimentos, os resultados vieram neutros. Já para a Genial Investimentos, o balanço apresentou melhora ante 2022.
Enquanto isso, para a Ativa Investimentos, os resultados vieram fracos. Ainda assim, superando as expectativas.
Hapvida: Sinais positivos
Apesar do prejuízo no trimestre, para o BTG, o balanço provavelmente marca um ponto de inflexão na lucratividade e geração de FCF (fluxo de caixa acionista).
“Os resultados do primeiro trimestre foram melhores do que se temia, especialmente à luz de todo o barulho que surgiu das iniciativas de captação de recursos da empresa implementada este ano”.
Tanto a Genial, quanto a XP, destacaram que sinistralidade foi um ponto positivo. A sinistralidade caixa no trimestre foi de 72,3%, apresentando uma queda de 2,6 pontos percentuais na base anual e 6 p.p. ante o último trimestre.
“Mesmo com uma aceleração nominal dos custos assistenciais, o índice de sinistro cai na comparação trimestral e anual, demonstrando sinais positivos”, dizem Guilherme Viana e Luis Assis, da Genial.
Contudo, a corretora se manteve cautelosa, pois ainda acredita que o processo de redução do indicador será difícil e vagaroso, com as perspectivas de adições líquidas negativas prejudicando a expansão da receita líquida em 2023.
Para a XP, a redução de sinistro foi impulsiona pelo aumento de preços, maior verticalização e controle da sinistralidade em São Paulo e no Sul.
Nesse sentido, Viana e Assis também evidenciaram que são sinais positivos a continuação do repasse dos ajustes de preço, além das despesas e custos. Conforme a Genial, esses sinais iniciais são um colírio para os “olhos cansados”.
Luz no fim do túnel?
Incorporando mais afundo o resultado, a Genial pontua que enxerga uma “lanterna no fim do túnel” para a Hapvida. A corretora destaca que a receita líquida acelerou 12,8% no ano, a R$ 6,7 bilhões, mesmo com adições líquidas negativas no trimestre.
A XP destaca indicações positivas de melhorias operacionais, sobretudo na sinistralidade, “dado que a redução pode apontar para resultados positivos ao longo do restante do ano”.
Já a Ativa não se mostrou tão otimista com o indicador e pontuou que os desafios para este ano são grandes. “Uma sinistralidade caixa de 72,3% no trimestre em que sazonalmente os custos já são mais reduzidos demonstra que muito ainda tem a ser feito”.
Na outra ponta, a corretora diz que, após o recente aumento de capital para a empresa atravessar o ano sem maiores problemas e conseguir surpreender mesmo que marginalmente na sinistralidade, já traz um fôlego grande para a Hapvida.
Apesar de mais otimista, a recomendação da Genial é de “manter“, enquanto a Ativa tem indicação “neutra“, com preço-alvo de R$ 3,15 e R$ 6,20, respectivamente. A XP é a única corretora com indicação de “comprar“, ao preço-alvo de R$ 3.