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Hapvida (HAPV3) mantém otimismo e aposta em crescimento apesar da volatilidade

03 dez 2024, 15:37 - atualizado em 03 dez 2024, 18:39
Jorge Pinheiro, CEO da Hapvida NotreDame Intermédica
A Hapvida anunciou um plano de investimento de R$ 2 bilhões até 2026, com parte de caixa próprio e parcerias "built to suit"

O presidente da Hapvida (HAPV3), Jorge Pinheiro, afirmou nesta terça-feira (3) que a volatilidade recente do mercado não é um motivo de preocupação para a companhia. 

“Eu entendo que o propósito da empresa deve ser muito maior do que qualquer volatilidade que aconteça no país”, afirmou o CEO a jornalistas durante a apresentação do Plano Diretor 2025-2026, em São Paulo. 

“Atuamos com cautela, temos um perfil mais conservador, mas o que nos move é levar o nosso propósito para o Brasil todo”.

A expectativa do executivo é de crescimento nos números da operadora de saúde em 2025, mesmo com a deterioração recente do cenário macroeconômico — com a escalada dos juros futuros que tende a pressionar setores mais sensíveis ao consumo, como o de saúde. 

“Em tempos de dificuldade, todo mundo precisa rever suas despesas e seus custos. E o nosso ticket é mais acessível. Por isso, digo que nosso modelo de negócio é cíclico e anticíclico”, disse Pinheiro. 

Segundo ele, independentemente do ambiente econômico, a companhia “consegue perpetuar os negócios”.

Na mesma linha, o vice-presidente de Finanças (CFO) e Relações com Investidores, Luccas Adib, afirmou que a visão para a companhia é “otimista” por, pelo menos, dois motivos: a queda da taxa de desemprego e a estrutura da companhia — com a expansão das operações nos próximos dois anos. 

“Com a taxa de desemprego em níveis historicamente baixos, enxergamos uma oportunidade significativa para fortalecer as vendas de planos corporativos”, afirmou Adib.

“Além disso, o aumento gradual na ocupação no país amplia o poder de compra dos brasileiros. Isso permite maior adesão a diferentes tipos de planos de saúde, sejam individuais, massificados ou corporativos”, completou.

Apesar das incertezas econômicas, o CFO manteve o otimismo em relação ao setor.

“Os cenários doméstico e internacional apresentam desafios, especialmente na avaliação de riscos ajustados dos investimentos. Ainda assim, acreditamos no potencial do Brasil e no que o setor de saúde suplementar pode oferecer”, disse.

A crescente judicialização no país, segundo a empresa, deve seguir como uma “pedra no sapato” da companhia. A Hapvida prevê um reajuste de 1,5% por conta das ações judiciais contra as operadoras de saúde. 

Hapvida vai investir R$ 2 bilhões 

Mais cedo, a Hapvida anunciou que vai investir R$ 2 bilhões para a expansão da estrutura da empresa nos próximos dois anos. 

Desse montante, R$ 630 milhões são recursos próprios da companhia. O restante será investido por meio de operações de arrendamento e no formato “built to suit”. 

Com o valor total, a operadora prevê a construção de dez hospitais nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Fortaleza, Recife, Belém e em Campo Grande, além de ambulatórios, unidades de pronto atendimento e laboratórios. 

Na avaliação do Itaú BBA, o plano da Hapvida mostra uma estratégia de investimento “mais clara” da companhia, “amplamente alinhada com as expectativas”. 

“Notamos que o mercado já prevê cerca de R$ 1 bilhão em investimentos anuais nos próximos anos, consistente com as projeções atuais para maior verticalização em todo o negócio”, diz o analista Vinicius Figueiredo, que assina o relatório. 

Mas, para ele, ainda é difícil avaliar se essa estrutura de financiamento será assertiva, já que a companhia não apresentou detalhes sobre a taxa de capitalização para as operações “built to suit” adicionais. 

O banco reiterou a recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 6,50 — o que representa um potencial de valorização de 143,4% sobre o preço de fechamento da última segunda-feira (2). 

Hoje (3), os papéis da companhia operaram em alta e HAPV3 encerrou o pregão com avanço de 1,50%, a R$ 2,71.

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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