Hapvida (HAPV3) despenca 33% após 4T22; entenda por que e veja o que esperar de 2023
As ações da Hapvida (HAPV3) fecharam em queda de 33%, a R$ 3,02 na sessão desta quarta-feira (1º), após a companhia divulgar os resultados referentes ao quarto trimestre de 2022.
O lucro líquido ajustado da empresa no período somou R$ 161,4 milhões, cifra que representa uma queda de 56,1% sobre o mesmo período do ano retrasado.
Considerando o resultado sem ajuste, a operadora de planos de saúde passou de um lucro de R$ 200,2 milhões, há 12 meses, para um prejuízo líquido de R$ 316,7 milhões no 4T22
A reação negativa do mercado para a Hapvida já era esperada pelos analistas do Goldman Sachs, que mantiveram uma recomendação neutra para as ações, com um preço-alvo de R$ 6.
A Genial Investimentos também tem a recomendação de manter os ativos da Hapvida, a um preço-alvo de R$ 5.
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Sinistralidade alta
Os analistas da Genial ressaltam que houve, novamente, um crescimento de receita, impulsionado por um bom crescimento no número de beneficiários no trimestre e uma aceleração do ticket médio.
Contudo, os analistas Guilherme Vianna e Luis Assis pontuam que a sinistralidade continua sendo um ponto de atenção para a tese de curto prazo.
Segundo eles, houve mais uma piora no índice de sinistralidade para a Hapvida no período, enquanto o índice de despesas administrativas continua sendo ajudado pelo ajuste da aquisição da Promed.
Gustavo Miele e Emerson Vieira, do Goldman, também destacaram a sinistralidade caixa (Cash MLR) da companhia no período, que foi mantido praticamente estável no trimestre, “perdendo nossa chamada já pessimista de uma melhoria de 60 pontos-base”.
A Hapvida apresentou um sinistralidade caixa de 72,9% (ante 73,0% no 3T22), acima da expectativa de 72,4% dos analistas, devido principalmente ao impacto acima do esperado de procedimentos eletivos no trimestre.
Perspectivas 2023
Para o desempenho da companhia neste ano, os analistas do Goldman avaliam que um dos riscos mais relevantes para a companhia é um cenário macroeconômico mais fraco daqui para frente.
“Se um cenário de aceleração do desemprego se desenvolver daqui para frente, o ambiente de adições líquidas de beneficiários para a empresa provavelmente ficará mais difícil”, explicam.
Por outro lado, a Hapvida pode se beneficiar de uma potencial revisão para cima no guidance de sinergias relacionadas à fusão da Notredame Intermédica (GNDI) ou mesmo de uma maturação mais rápida do que o esperado do guidance atual.
“Vemos como outra vantagem da história uma possível normalização do MLR no curto prazo”, contam os analistas.
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