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Hapvida (HAPV3) derrete 13% com mudanças nos planos de saúde propostas pela ANS

17 dez 2024, 12:28 - atualizado em 17 dez 2024, 13:58
hapvida hapv3 ações setor de saúde
Imagem: Freepik/Divulgação - Montagem: Julia Shikota

As ações da Hapvida (HAPV3) assumem a dianteira da ponta negativa do Ibovespa (IBOV) e operam como os papéis mais negociados da bolsa brasileira no pregão desta terça-feira (17). 

Nas primeiras horas do pregão, HAPV3 chegou a despencar mais de 14% à medida de que os investidores avaliam os impactos das novas medidas de reajuste nos planos de saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)

Por volta de 13h43 (horário de Brasília), as ações da maior operadora de saúde do Brasil caíam 14,01%, a R$ 2,21. Acompanhe o Tempo Real. 



O que a ANS propõe 

Na última segunda-feira (16), a ANS divulgou os resultados de estudos sobre a implementação de uma nova política de preços e reajustes para os planos de saúde. 

Segundo a agência, o debate sobre o “aprimoramento” das regras foi iniciado nos últimos meses e envolve reajuste de planos coletivos, coparticipação e franquia, venda de planos online e revisão técnica de preços de planos individuais e familiares.

Entre as novas regras propostas, não será permitida a acumulação de índices financeiros e por sinistralidade para cálculos de reajuste. 

“A operadora precisará adotar ou um ou outro. Além disso, a ANS definirá um percentual mínimo de 75% para sinistralidade meta para cálculo de reajuste. O objetivo é dar ao consumidor maior transparência sobre o cálculo realizado para a definição do percentual”, afirmou a agência em comunicado à imprensa.

As propostas, porém, ainda não têm caráter definitivo e aguardam contribuições de empresas e stakeholders— o que inclui uma consulta pública a partir de 19 de dezembro, com prazo de 45 dias, e uma audiência agendada para acontecer nos dias 28 e 29 de janeiro. 

A expectativa é que as medidas entrem em vigor a partir de janeiro de 2026. 

… e como isso afeta Hapvida? 

Em comum, os bancos avaliam que as medidas propostas pela ANS são negativas para o setor. 

“Mais detalhes serão necessários para uma visão final, mas lembramos que o histórico recente de mudanças na regulamentação do setor (por exemplo, remoção do teto para terapias de autismo em 2021) tem sido negativo na forma de aumento de custos e incerteza atuarial em torno do setor”, diz o Citi em relatório. 

O banco avalia que a Hapvida pode ser uma das empresas do setor de saúde mais afetadas pelas medidas, principalmente, em relação aos planos coletivos. 

Isso porque, a operadora é a mais exposta, com com 43% de seus planos corporativos atualmente situados entre 30 e 999 vidas por contrato.

Na mesma linha, o BTG Pactual afirma que “as mudanças foram frustrantes e que devem gerar mais discussão e controvérsia”. 

“É desnecessário dizer que esse potencial marco regulatório sobre a precificação dos contratos seria negativo para toda a cadeia privada de saúde”, escrevem os analistas Samuel Alves, Yan Cesquim e Marcel Zambello. 

Eles avaliam que “o novo marco” pode penalizar a Hapvida por ser uma das operadoras “mais eficientes”, já a companhia é o “provedor de menor custo” do setor. 

Já o Goldman Sachs destaca que as mudanças podem limitar a flexibilidade dos reajustes de preços pela Hapvida, também considerando o nível de eficiência da companhia. 

Quem ganha com as mudanças da ANS? 

Na avaliação do BTG Pactual, a Rede D’Or (RDOR3) pode ser uma das empresas do setor de saúde menos impactadas pelas novas medidas propostas pela ANS. 

“Embora também potencialmente afetada em seu braço de seguros, a Rede D’Or continua sendo nossa preferência (top pick), pois a vemos como uma companhia geradora de valor e consolidada no mercado hospitalar  privado”, afirmam os analistas. 

Eles ainda avaliam que Fleury (FLRY3) é um nome defensivo “interessante”, dado ao “forte” rendimento (yield) de fluxo de caixa, de 10% neste ano e de 12% em 2025, nas contas do banco, além do rendimento de dividendos de 7,5% em 2024 e de 9% em 2025. 

Além de Rede D’Or, Goldman Sachs também chama a atenção para SulAmérica (SULA11), que também não deve ser impactada pelas medidas, já que opera em um MRL (margem de resultado líquido) acima do limite mínimo sugerido, de 75%, no segmento de planos coletivos. 

 

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

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