Saúde

Hapvida (HAPV3) anuncia investimentos de R$ 2 bilhões para construção de hospitais até 2026

03 dez 2024, 13:27 - atualizado em 03 dez 2024, 18:38
hapvida day trade segunda 29 comprar
Do total, cerca de R$ 1 bilhão será investido na estrutura hospitalar da cidade de São Paulo e região metropolitana (Imagem: Facebook/Hapvida)

A Hapvida (HAPV3), maior operadora de plano de saúde do país, anunciou nesta terça-feira (3), que vai investir R$ 2 bilhões para a expansão da estrutura da empresa nos próximos dois anos. 

Desse montante, R$ 630 milhões são recursos próprios da companhia. O restante será investido por meio de operações de arrendamento e no formato “built to suit”. 

Com o valor total, a operadora prevê a construção de dez hospitais nas cidades de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Manaus (AM), Fortaleza (CE), Recife (PE), Belém (PA) e em Campo Grande (MS), além de ambulatórios, unidades de pronto atendimento e laboratórios. 

“Esse montante diz respeito exclusivamente à expansão da nossa rede própria. Temos projetos em quatro regiões brasileiras e somos os únicos a atuar em todo o país”, disse o presidente da operadora Jorge Pinheiro a jornalistas em São Paulo. 

Com isso, a companhia deve encerrar 2026 com mais de 100 hospitais no país. Hoje, a operadora possui 85. 

No último domingo (1º), a Hapvida anunciou a conclusão da integração de sistema com a NotreDame Intermédica, um dos passos fundamentais para a fusão das operadoras de saúde. 

Hoje (3), as ações da Hapvida (HAPV3) figuraram entre as maiores altas do Ibovespa e os papéis mais negociados da B3. HAPV3 encerrou a sessão com avanço de1,50%, a R$ 2,71. No ano, os papéis da companhia acumulam baixa de 39.1%— pressionadas, principalmente, pelo aumento dos processos de judicialização no país. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Hapvida: detalhes do plano 

Cerca de 50% dos recursos previstos no Plano Diretor da Hapvida, cerca de R$ 1 bilhão, serão destinados para a cidade e a região metropolitana de São Paulo. 

O valor será usado para a construção de quatro hospitais, 1 pronto-atendimento, seis clínicas, oito unidades de diagnóstico, 14 laboratórios e duas ampliações até  2026. 

Um dos hospitais a serem abertos é o Hospital Antonio Prudente, de alta complexidade e que contará com 250 leitos, localizado na zona Sul da capital paulista. Uma outra unidade hospitalar, localizada nos Jardins, voltado para a saúde da mulher e pediátrico tambem com 250 leitos. 

“Esses dois novos hospitais terão o objetivo de aumentar a verticalização e de ampliar a capacidade de leitos para viabilizar os esforços comerciais da região, mirando também planos com tickets mais altos”, afirma a Hapvida. 

No Estado paulistano, a Hapvida conta com 28 hospitais. 

Além de São Paulo, o plano prevê investimentos de: 

  • R$ 218 milhões em Manaus para a construção de um hospital e três clínicas; 
  • R$ 35 milhões em Belém para a ampliação do Hospital Paraupebas e a construção de um novo hospital na capital paraense; 
  • R$ 115 milhões para a construção de um hospital em Campo Grande; 
  • R$ 48 milhões para a construção de um hospital em Fortaleza; 
  • R$ 198 milhões em para a construção de um hospital em Recife; 
  • R$ 340 milhões no Rio de Janeiro para a construção de um hospital na capital e três prontos-atendimentos. 

Segundo a companhia, o investimento bilionário não deve aumentar o nível de endividamento da companhia. 

“Hoje, nossa posição de caixa é muito robusta. Não só temos uma posição muito sólida para fazer frente a esses investimentos atuais, como acreditamos que capacidade de fazer caixa para os próximos semestres seja suficiente para realizarmos todos esses investimentos”, afirmou o Vice-Presidente de Finanças (CFO) e Relações com Investidores, Luccas Adib.

“A própria geração de caixa é completamente factível e suporta essa jornada de investimento”, acrescenta o CFO ao reiterar que R$ 630 milhões do investimento será por meio de capital próprio e o restante vem de “parceiros que estão investindo em ativos imobiliários”. 

“Os investimentos previstos não impactam negativamente a alavancagem, que hoje está abaixo de 1x dívida líquida/Ebitda.  A gente espera desalavancar a companhia gradualmente.”

Hoje, a relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação) — que é um múltiplo para medir a alavancagem — da operadora é de 0,97x, segundo os dados do balanço do terceiro trimestre divulgados no início de novembro

Um dos motivos para isso é o modelo de contrato “built to suit” para os investimentos. Em linhas gerais, a companhia “encomenda” o imóvel para uma construtora, sem a necessidade de capital próprio da empresa, e firma a obrigação de pagar um aluguel para usar o prédio. 

Em julho, por exemplo, a Hapvida fechou um acordo com a gestora Riza para a construção de dois hospitais nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, no valor de R$ 600 milhões e prazo de locação de 20 anos, com prorrogação de igual período. Segundo a companhia, o já está incluso no Plano Diretor, apresentado nesta segunda-feira (3). 

“Na nossa visão, essa é uma forma ótima de realizar esses investimentos sem precisar arcar com todo o investimento necessário para o ativo fixo, como o imobiliário”, disse o CFO. 

Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.