Hapvida (HAPV3): Acordo milionário para construção de hospitais é positivo? Veja avaliação do BTG e Goldman Sachs
A Hapvida (HAPV3) anunciou um memorando de entendimento com a Riza para financiar dois hospitais, por meio de um acordo Built to Suit (BTS), no Rio de Janeiro e em São Paulo. O movimento foi bem recebido pelos analistas do BTG Pactual e Goldman Sachs, que avaliam a estratégia como positiva.
A transação, segundo comunicado da empresa divulgado na segunda-feira (22), pode somar até R$ 600 milhões, sendo um montante inicial de R$ 300 milhões para aquisição dos terrenos e um adicional de até R$ 300 milhões para desenvolvimento integral das obras.
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A conclusão da operação ainda depende do cumprimento de certas condições precedentes, incluindo aprovação pelo comitê de investimentos da Riza.
As ações da Hapvida tem desempenho ligeiramente negativo no pregão desta terça-feira (23), recuando 0,26%, a R$ 3,93, por volta de 14h30.
Os analistas do BTG destacam que todos os desembolsos de caixa serão cobertos pela Riza, enquanto a Hapvida concordou em pagar um cap rate (taxa de capitalização) de 9,5% até que o ativo entre em operação e 9%, ajustado pelo IPCA, nos anos seguintes, em um contrato de 20 anos.
Neste cenário, veem o cap rate como “justo”, quando consideradas as recentes fusões e aquisições no setor imobiliário.
“O cap rate médio das fusões e aquisições de shopping centers (ativos premium, pois podem ter crescimento real) foi de 8,5%, mas este negócio também deve levar em consideração algum risco de investimento para Riza. O yield médio dos fundos de investimento imobiliário (FII) é de aproximadamente 9%, em linha com o acordo da Hapvida com a Riza (custos/despesas ex-FII)”.
Na avaliação do BTG, a companhia deverá preservar mais investimentos para aplicar em outros projetos de verticalização, permitindo registrar um yield (rendimento)razoável de geração de caixa de aproximadamente 5% este ano.
A Hapvida é top pick do BTG, com preço-alvo de R$ 7. A preferência do banco é sustentada pelo “forte momento de lucros, um ambiente competitivo menos agressivo, tendências de MLR em melhoria (com potencial para gerar novas revisões positivas) e um valuation atraente (10,5x P/L para 2025)”.
Já analistas do Goldman Sachs veem anúncio como positivo estrategicamente para a empresa, tendo em vista que a estrutura do negócio traz uma vantagem de R$ 600 milhões para a expectativa do banco de geração de fluxo de caixa no curto prazo.
“Acolhemos com satisfação a estratégia da empresa de agilizar outros projetos com o objetivo de aumentar sua taxa de verticalização com este espaço adicional no balanço, o que consideramos fundamental para a empresa crescer nessas regiões após alcançar uma virada em termos de rentabilidade”.
O banco reitera a classificação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 5,70.