Hambúrguer vegano cresce no EUA com falta de carne e a do Brasil segue fora daquele mercado
A porta que o coronavírus poderia ter aberto para a entrada da carne bovina in natura brasileira nos Estados Unidos ainda não se concretizou. Passados quase três meses da liberação tão aguardada (fevereiro), depois de as inspeções americanas em plantas serem conduzidas no meio de 2019 – o que já dá um total de aproximadamente 10 meses de espera – não há registro oficial de exportações, ao menos em volumes que deem estatística.
E falta carne para hambúrgueres e outras iguarias típicas do consumo dos americanos, enquanto até o aumento de carne vegetal já foi notado em semanas de confinamento, com chances de crescer ainda mais de acordo com a analista da Bloomberg Intelligence, Jennifer Bartashus.
Várias unidades de abate e processamento foram paralisadas devido ao aumento do contágio desde o começo do mês passado, entre as quais das subsidiárias de brasileiras JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3) – ao menos da segunda a National Beef voltou a operar – fora plantas de suínos, como uma da poderosa Tyson Foods.
A Marfrig disse há algumas semanas ter notado volumes maiores de pedidos dos Estados Unidos em suas plantas no Uruguai e Argentina. Lembrou que do Brasil também estaria começando, mas não forneceu números.
No momento em que o governo Donald Trump e governadores já cogitam fechar os aeroportos para voos do Brasil por medo diante da aceleração da covid-19 – que se sair mais do controle pode chegar aos portos – e as plantas locais caminhando para certa normalidade, até a carne pré-cozida brasileira, de baixo valor, a única conhecida por lá, corre risco.