Política

Haddad na Fazenda: Para não queimar herdeiro político, Lula apostará em centrismo econômico, diz economista

08 dez 2022, 16:28 - atualizado em 08 dez 2022, 16:28
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Cresce rumor de que Lula deve anunciar Haddad como ministro da Fazenda o que, apesar de desagradar parte do mercado, mostra estratégia do presidente eleito para 2026 (Imagem: Divulgação/PT)

Cresce o rumor de que o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, deve ser confirmado como ministro da Fazenda a partir de janeiro de 2023. Nos bastidores, fala-se que o anúncio pode ser feito já nesta sexta-feira (9) pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A expectativa é de que amanhã ele anuncie o primeiro nome de seu futuro ministério

Para o economista André Perfeito, a escolha de Lula, apesar de desagradar parte do mercado financeiro, reforça a perspectiva de que o governo petista não fará “grandes experimentalismos” no campo econômico. Segundo ele, a razão para isso é simples. 

“É público e notório o esforço de Lula em empoderar Haddad e fazer deste seu sucessor direto já em 2026, uma vez que a idade avançada do presidente [eleito] deve frustrar a perspectiva de um segundo mandato”, explica Perfeito, com passagem na chefia de grandes corretoras no Brasil, como Necton e Gradual

Lula como cabo eleitoral de Haddad

Para o economista, além da idade de Lula, é importante notar que, se Haddad for candidato a presidente, precisará muito da ajuda do petista como principal cabo eleitoral.

Além disso, Perfeito avalia que Lula não irá arriscar mais que o necessário na agenda econômica. Afinal, ele não pode “queimar” sua grande aposta para 2026.

Ao contrário, Lula deve atuar para resgatar para o PT o “protagonismo” em um governo que tem um leque bem grande de alianças. “E isso poderia gerar muitos ‘herdeiros’ de um eventual sucessor do governo seguinte, embolando, assim, a disputa de 2026”, explica o economista.

Risco Haddad fora do lugar

Contudo, Perfeito avalia que não há garantia de que essa estratégia vai dar certo nem de que o país irá, necessariamente, crescer com Haddad à frente da equipe econômica. “Mas quer dizer que Lula está sinalizando que o prêmio de risco nos juros está fora do lugar”, diz o economista, referindo-se à curva de juros futuros.

Para ele, corrobora com essa percepção a notícia de que o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi sondado para um eventual segundo mandato no comando da autoridade monetária. “Se for confirmada a sondagem, é mais um sinal do centrismo econômico de Lula”, completa, referindo-se à informação divulgada hoje nos bastidores da política.

Ou seja, para o economista, o mercado financeiro, mais uma vez, está exagerando em relação aos riscos. “Ao que tudo indica, Lula já está jogando uns quatro anos na frente”, conclui.

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