Política

Haddad diz que Bolsonaro pode estar por trás de notícias falsas sobre Pix por ter sido alvo da Receita

18 jan 2025, 10:17 - atualizado em 18 jan 2025, 10:17
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(Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira acreditar que o ex-presidente Jair Bolsonaro pode estar por trás das notícias falsas sobre uma suposta taxação de transações por Pix após ele e sua família terem sido alvo de fiscalizações da Receita Federal, e defendeu o governo de críticas sobre sua comunicação.

“Eu tenho para mim que o Bolsonaro está um pouco por trás disso, porque o PL (partido do ex-presidente) financiou o vídeo do Nikolas”, disse Haddad em entrevista à CNN Brasil, se referindo a um vídeo em que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) faz alusões à possibilidade de o governo instituir no futuro uma taxação a transações por meio do Pix.

Fabio Wajngarten, que chefiou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência no governo Bolsonaro e que atua como assessor do ex-presidente, disse, em uma publicação na rede social X, que a afirmação é uma mentira e que o ministro será processado.

“O eterno POSTE MENTE & MENTE. Por óbvio, será processado. Cabe aos demais citados nas inverdades faladas desmentir cada ponto que lhes é imputado”, disse Wajngarten.

Neste mês, entrou em vigor norma da Receita Federal que exigia de fintechs a prestação de informações de cidadãos que movimentam acima de 5 mil reais em suas transações, incluindo pagamentos, transferências e Pix — uma exigência que já existia para bancos tradicionais.

O ato deu origem a notícias falsas sobre uma suposta tributação do Pix, e provocou uma enxurrada de críticas ao governo. A Receita Federal então decidiu por revogar a norma na quarta-feira.

Segundo Haddad, Bolsonaro estaria por trás dos ataques à Receita devido a investigações anteriores do órgão contra o ex-presidente e sua família.

“Os Bolsonaro têm uma bronca da Receita Federal por conta desses três episódios: compra de imóveis, roubo de joias e rachadinha. Foram investigados, mas eles têm um problema com a Receita. Então, eles não escolheram a Receita Federal, na minha opinião, por outra razão. Eles ficaram com a lupa ali nos atos burocráticos da Receita, que são tomados há mais de 20 anos”, disse Haddad.

O ministro também defendeu o trabalho do governo em tentar corrigir as informações falsas sobre a medidas da Receita e citou um cenário de desinformação reforçado por redes sociais, que comparou a uma doença.

“Algumas pessoas falaram para mim: Haddad, nós temos que tomar mais cuidado com o que a gente vai falar pensando no mentiroso. Eu falo, olha, mentira é que nem vírus. Você só consegue produzir a vacina depois de você conhecer o vírus”, afirmou.

Questionado sobre a declaração enfática contra o ex-presidente, Haddad disse que decidiu adotar um tom mais enfático porque considerou uma “agressão tão grande ao Estado brasileiro”.

Contudo, quando indagado se o discurso com um tom mais político estava ligado a uma possível candidatura nas eleições de 2026, Haddad foi direto ao negar. “Não serei candidato em 2026”, disse.

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reuters@moneytimes.com.br
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