Haddad diz que apresentará novas medidas na próxima semana para equilibrar contas em 2024
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta sexta-feira (22) que o governo apresentará novas medidas na próxima semana buscando atingir o objetivo de eliminar o déficit primário no próximo ano, cuja busca ele enfatizou.
“O resultado está contratado, estamos aqui disputando o ritmo do processo”, disse ele, defendendo que sob as novas regras fiscais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o Brasil avançará para o equilíbrio fiscal.
A equipe econômica está buscando acelerar esse processo, acabando com o déficit primário até 2024, disse ele em café-da-manhã com jornalistas.
Haddad não divulgou detalhes das novas medidas, mas indicou que uma delas será uma alternativa à derrubada pelo Congresso do veto à renovação da desoneração da folha de 17 setores da economia, com as demais voltadas à compensação do impacto fiscal.
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O ministro informou que Lula instruiu a equipe econômica a apresentar sua proposta para o tema antes de o governo questionar a decisão na Justiça, medida que Haddad já havia anunciado.
Haddad disse ainda que o déficit deste ano, excluindo o impacto do pagamento de precatórios, ficará em torno de 130 bilhões de reais, ou 1,3% do PIB.
Ele reconheceu a evolução positiva de vários indicadores econômicos no Brasil em 2023, com exceção do investimento privado, que ele considerou como “única variável preocupante”.
“Isso obviamente tem a ver com a política monetária que quis trazer a inflação para dentro da banda rapidamente”, disse ele, destacando a necessidade de que o investimento privado reaja.
Nesse contexto, Haddad disse que o afrouxamento monetário tem que continuar. Depois de manter os juros em um pico de 13,75%, o Banco Central iniciou em agosto um ciclo de cortes que já reduziu a taxa básica de juros Selic em 2 pontos percentuais, para o atual nível de 11,75%, sinalizando mais cortes de 0,5 ponto à frente.
“Juro está caindo e vai cair mais, e tem que cair mais”, disse ele, revelando ter expectativa de “manutenção dos cortes” e “que em algum momento a gente saia do campo restritivo”.
Na véspera, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, havia sinalizado que ao fim do ciclo de afrouxamento a taxa básica ainda se encontrará em campo restritivo.