Economia

Haddad convence Lula de não mudar metas de inflação (por enquanto); entenda

13 fev 2023, 13:42 - atualizado em 13 fev 2023, 14:23
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Haddad teria conversado com Lula sobre metas de inflação e Banco Central durante viagem para os Estados Unidos. (Imagem: Divulgação/PT)

O futuro das metas de inflação entrou no radar do mercado após críticas do presidente Luis Inácio Lula da Silva. Mas uma meta mais alta não deve ser discutida durante as reuniões da Conselho Monetário Nacional (CMN). Pelo menos, não por enquanto.

Segundo o consultor Thomas Traumann, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conseguiu chegar a um acordo com Lula de adiar o debate sobre as metas e não apresentar uma proposta já na primeira reunião do conselho, marcada para esta quinta-feira (16). Traumann foi ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, durante o governo de Dilma Rousseff.

“Haddad convenceu Lula a adiar o debate sobre metas para depois do anúncio da nova âncora fiscal, em abril. Os papeis apresentadores pelo ministro indicavam que mesmo uma mudança de meta para 2023 não implicariam em um corte da Selic”, destaca em sua newsletter Modal Político.

Ambos teriam conversado durante a viagem aos Estados Unidos, na semana passada, e Haddad também teria conseguido convencer Lula de indicar nomes neutros para os novos diretores do Banco Central. O mandato de Bruno Serra (Política Monetária) e Paulo Souza (Fiscalização) termina agora em fevereiro e podem ser substituídos por servidores de carreira da autoridade monetária. 

Até então, a expectativa era de que Lula pudesse indicar pessoas ligadas ao PT para os cargos.

Apesar de abrir mão da meta de inflação, Lula segue preocupado com a possibilidade de uma recessão no segundo semestre. Por isso, ele deve avançar com medidas populares como a isenção do Imposto de Renda até dois salários mínimos já para 2023 e o aumento do salário mínimo.

Também está no radar o reajuste salarial de servidores públicos, antecipação do pagamento do bônus de R$ 150 para as mães inscritas no Bolsa Família com crianças até 6 anos e o lançamento do programa de renegociação de dívidas Desenrola.