Política

Haddad conquista corações e Lira diz que Câmara apoia novo arcabouço fiscal

23 mar 2023, 13:45 - atualizado em 23 mar 2023, 13:45
Reforma Tributária, Arthur lira
Lira disse acreditar que o novo arcabouço fiscal pode ser aprovado em cerca de 15 dias na Câmara. (Imagem: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

As reuniões do ministro Fernando Haddad com os líderes do Congresso sobre o novo arcabouço fiscal parecem ter surtido efeito.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira disse que Haddad tem o respaldo da Casa Legislativa em relação à proposta que substituirá o teto de gastos.

Durante um discurso na Câmara, Lira afirma que Haddad tem transitado com muita serenidade para chegar a texto equilibrado e com coerência.

Ele aproveitou para dar um leve puxão de orelha no Banco Central ao dizer que o Comitê de Política Monetária (Copom) não pode fazer análise com base em texto que nem foi apresentado. Em seu comunicado de manutenção dos juros, o Banco Central destacou que a incerteza sobre o arcabouço fiscal e seus impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública estão entre os fatores que pressionam a inflação.

Por outro lado, Lira também ponderou que o Copom não pode ficar longe da meta da inflação. “Se fica longe e baixa juros, pode haver pressão inflacionária”, apontou e lembrou que o novo arcabouço pode ser um instrumento que levará o Banco Central a baixar os juros.

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Arcabouço fiscal

Nas últimas semanas, Haddad e a equipe do Ministério da Fazenda correram contra o tempo no desenho da nova regra fiscal. O objetivo era apresentar publicamente o texto antes da reunião do Copom. No entanto, a proposta travou no Planalto.

O ministro Rui Costa, da Casa Civil, foi contra a proposta desenhada pelo Ministério da Fazenda, questionando que o modelo pode reduzir o espaço para gastos sociais e investimentos em obras públicas.

Com isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para que Haddad ampliasse as conversas com os entes políticos – especialmente com os presidentes do Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira – e com economistas, além de fazer novos cálculos sobre a proposta da nova regra fiscal.

Além disso, o Tesouro Nacional também deve fazer alguns cálculos sobre o impacto de um dos pontos da proposta, além de pedir detalhamentos adicionais e simulações. Agora, o novo texto deve ser divulgado após a viagem de Lula à China.

Depois disso, as negociações no Congresso devem ser rápidas. Em entrevista para o Valor Econômico, Lira disse acreditar que o novo arcabouço pode ser aprovado em cerca de 15 dias na Câmara.