Haddad: 5 pontos abordados em entrevista à CNN; veja quais
Na sexta-feira à noite o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu uma entrevista exclusiva abordando diversos temas.
Abaixo os principais pontos e dizeres, que passam desde uma ideia sobre o desenho do arcabouço fiscal até um diagnóstico do crescimento pequeno que o Brasil viveu ao longo dos anos.
Arcabouço fiscal
O ministro falou sobre o arcabouço fiscal que deverá ser apresentado na próxima semana. Na avaliação do economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, o Ministro de início faz uma diferenciação entre a regra (desenho) que regerá o arcabouço dos parâmetros que serão utilizados para tal.
Ao passo que quando o Ministro Haddad e a Ministra Simone Tebet, ministra de Planejamento e Orçamento do Brasil, dizem que o arcabouço “foi muito bem recebido” referem-se ao desenho e não aos parâmetros, que o próprio ministro da Fazenda diz que podem ser discutidos posteriormente.
“Avaliamos que, segundo essa ótica, o problema do próprio PT não era a regra de teto e sim o parâmetro classificado como inexequível”, diz Sanchez.
Ainda nessa linha, Sanchez avalia que, por questões de segurança, o Ministro afirmou que o desenho não passou por ninguém de mercado (que faz preço), assim o desenho foi bem recebido por membros de órgãos do governo e acadêmicos.
Haddad deu alguns “spoilers” sobre o novo arcabouço revelando que não haverá regra de controle de dívida/PIB por não acreditar no mecanismo, ao passo que ressaltou que regras fiscais anteriores possuíam defeitos, como o caráter pró cíclico, não permitindo o gasto em momento de necessidade, sendo que erros em programas anteriores foi base para o novo arcabouço.
O Ministro disse que as regras de contenção de gastos são utilizadas ao redor do mundo todo, o que sugere que isso não faltará em seus planos, na visão do economista-chefe.
Também foi citado um compromisso com a arrecadação, visto que durante a regra do teto as receitas não eram revertidas para superávits.
Sanchez analisa que, mais uma vez, Haddad usou como referência um déficit de 2% do PIB dizendo que se trata de um patamar que não se dá para conviver.
Banco Central
Étore Sanchez avalia que, quando Haddad abordou o tema, tentou ser menos incisivo do que Lula, alegando que tem intensa relação com o Roberto Campos Neto.
“Mas quando perguntado, a grosso modo, sobre o antagonismo das políticas fiscal e monetária, o Ministro disse que vê uma relação de trabalho mútuo entre “os braços” da economia”, diz.
Na avaliação de Sanchez, fica evidente que no exemplo utilizado em uma pergunta retórica depreende-se que o Haddad gostaria de um alinhamento do monetário às suas pretensões.
A fala de Haddad mencionada por Sanchez refere-se ao momento em que o ministro questiona a alta taxa de juros no país. Confira a fala do ministro da Fazenda: “Como é que você quer que eu faça uma política fiscal saudável com uma taxa de juro que derruba a arrecadação (enfraquece a economia)?”
Indicações para diretorias do BC
Pelos dizeres do ministro, Sanchez diz ficar subentendido que foi entregue uma lista com 3 nomes para o cargo de diretor de política monetária do BC.
“Um mais acadêmico, um mais técnico e um mais de mercado, sendo que os três poderiam contribuir com o comitê de política monetária”, diz.
Lei das estatais
Haddad disse que cabem alguns aprimoramentos na lei das estatais e disse aguardar o julgamento do STF para proferir algum parecer.
“Vale ressaltar que o Ministro do STF, André Mendonça, pediu vistas do caso e tem 90 dias para devolvê-lo ao plenário”, diz o economista-chefe.
De todo modo, Haddad fez questão de defender a indicação de Jean Paul Prates e Mercadante para os cargos que ocupam atualmente, conforme coloca Sanchez.
Reforma tributária
O Ministro afirmou que depois do grupo de trabalho criado por Arthur Lira no Congresso, em maio, a fazenda apresentará uma medida com o melhor da PEC 45 e da 110.
Com Flávya Pereira