‘Há uma dificuldade em cumprir a meta fiscal, mas é importante insistir na manutenção’, diz Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou a importância de o governo perseguir a meta de zerar o déficit das contas públicas, apesar de acreditar que ela não será cumprida.
A equipe econômica calcula que o déficit nas contas públicas seja de R$ 168 bilhões, o que, para Campos Neto, é um montante considerado ainda bem alto. No entanto, ele enxerga que o governo está se esforçando para seguir o combinado.
“A nossa posição é de que é importante manter a meta. O mercado acredita sobre a dificuldade, mas é importante insistir. É um trabalho muito grande, mas o arcabouço fiscal já tem previsão de quando não cumpre as metas. Acho que é importante seguir na meta, e mostrar que independentemente das dificuldades, de aprovações no Congresso, é importante insistir. Tenho me juntado ao coro da Fazenda”, disse o presidente do BC.
As falas do presidente da autarquia vieram durante uma live organizada pelos jornais O Globo e Valor Econômico nesta sexta-feira (17), onde debateu os principais fatores que permeiam a economia brasileira: arcabouço fiscal, inflação, reforma tributária e o crescimento do país.
Ainda sobre os gastos do país, Campos Neto apresentou dados de que o Brasil tem um gasto público bem acima dos outros países e que, segundo ele, “é uma conta que a gente tinha que pagar e que veio das eleições”.
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Campos Neto reiterou que o BC errou para baixo, nos últimos quatro anos, a projeção do PIB do país e que isso se deve às reformas aprovadas nos últimos anos e nos últimos governos.
O balanço de 2023 na visão de Campos Neto
O presidente do BC ao final de sua participação no evento E agora, Brasil? fez um retrocesso dos acontecimentos no país que fizeram o Brasil chegar no patamar otimista que está hoje.
“2023 foi um ano desafiador, tiveram diversas críticas aos juros altos e, no final das contas, o que se mostrou é que a inflação convergiu”, recordou.
O presidente, que acaba de voltar do exterior, onde conversou com os principais bancos centrais do mundo, reforçou que a visão que se tem de fora é que o Brasil “foi bem”. “Poderia ter sido melhor? Sempre pode. Vamos trabalhar para isso”, disse Campos Neto.
Quanto à Reforma Tributária aprovada no Senado, a percepção dele é de que “não é o mundo ideal”, mas que pode ajudar lá na frente.
Para 2024, Campos Neto reforça o cuidado com o fiscal e expressa uma leve preocupação em melhorar o crescimento do Brasil, visto que as projeções apontam para uma esfriada. Segundo ele, será necessário encontrar novas alternativas. “Temos todas as condições para ficar otimista para 2024”, pontuou.