Meio Ambiente

Há uma bolha em ESG, diz ex-líder do maior fundo de pensão do mundo

29 jun 2021, 15:59 - atualizado em 29 jun 2021, 15:59
ESG
“Há um pouco de bolha no ESG agora, e devemos avaliar o que é bom e o que é ruim”, aponta Eiji Hirano, que comandou o conselho do Fundo de Investimento de Pensões do Governo do Japão (Imagem: Pixabay/ RoadLight)

O ex-presidente do conselho de governadores do maior fundo de pensão do mundo vê sinais de “bolha” nos investimentos ambientais, sociais e de governança e disse que o fundo japonês precisa avaliar quanto os chamados ativos ESG contribuem para os retornos.

Eiji Hirano, que comandou o conselho do Fundo de Investimento de Pensões do Governo do Japão (GPIF, na sigla em inglês) de 2017 até o início deste ano, esteve no comando durante um período tumultuado para o fundo, que se tornou líder mundial em investimentos ESG. O fundo agora precisa reavaliar sua abordagem para o segmento, afirmou.

“O GPIF precisa voltar às raízes e pensar em como analisar se o ESG é realmente rentável, bem como avaliar e padronizar o ESG”, disse em entrevista. “Há um pouco de bolha no ESG agora, e devemos avaliar o que é bom e o que é ruim.”

O conselho de governadores, formado em 2017, tem função de supervisão e fiscaliza questões como a alocação de ativos e compensação, embora não a operação do dia a dia do fundo. O GPIF, que administra 178 trilhões de ienes (US$ 1,6 trilhão), divulga resultados em 2 de julho para o ano encerrado em março, e a expectativa é de retornos recordes.

Eiji Hirano
Eiji Hirano, que comandou o conselho do Fundo de Investimento de Pensões do Governo do Japão, vê a necessidade de reavaliar sua abordagem para o segmento (Imagem: Bloomberg)

Em entrevista à Bloomberg News em Tóquio em 23 de junho, Hirano abordou assuntos como a possibilidade de o fundo precisar reconsiderar a ponderação das ações domésticas em sua próxima revisão de portfólio, o papel dos ativos alternativos e a escolha enfrentada sobre investir em dívida soberana chinesa.

Investimento ESG

O GPIF foi pioneiro no investimento ESG no Japão, aclamado como um fundo que tentou “mudar o mundo” por meio de sua abordagem ousada sob o ex-diretor de investimentos Hiromichi Mizuno e o ex-presidente Norihiro Takahashi.

O fundo tem se mostrado relativamente cauteloso em ESG sob a nova gestão. Hirano diz que é menos vital para o GPIF estar na liderança das apostas em ESG e disse que o fundo deve examinar os verdadeiros retornos da classe de ativos em expansão.

“Sob a liderança de Takahashi e Mizuno, muitos passos ousados foram dados em ESG”, disse Hirano. “Faz parte do código de governança corporativa agora, e o governo começou a agitar a bandeira sobre questões como mudança climática. A tendência foi estabelecida, mesmo que o GPIF não esteja na liderança.”

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