Economia

Há um valor ideal para cada item do orçamento doméstico?

06 jul 2019, 19:05 - atualizado em 05 jul 2019, 19:43
(Imagem: Pixabay)

Por Gustavo Cerbasi do BTG Pactual

O orçamento doméstico inclui alguns itens indispensáveis e que são responsáveis por consumir grande parte da renda mensal. Gastos com moradia, alimentação, educação e transporte fazem parte da nossa vida e não podem ser deixados de lado. Mas, será que existe um valor ideal a ser gasto com cada item do orçamento? Como equacionar para que as contas fechem no fim do mês e ainda haja uma sobra a ser investida?

Neste artigo, abordo esse tema para mostrar a você que não adianta procurar uma fórmula pronta quando se trata do orçamento doméstico. Cada família tem suas peculiaridades e precisa encontrar o modelo que melhor se encaixe à sua realidade.

O orçamento doméstico deve respeitar as diferentes realidades

Você já deve ter ouvido algum especialista dizer que as pessoas precisam dedicar, no máximo, 30% da sua renda mensal à moradia, 20% à educação e 15% ao transporte. Esses valores não devem ser totalmente desprezados, mas não podem funcionar como um norte para o orçamento doméstico de todas as famílias.

O fato é que não existe uma resposta definitiva sobre o percentual a ser dedicado a cada um dos principais itens da cesta mensal de consumo. Mais do que isso, nenhum especialista tem autoridade para arbitrar sobre as escolhas de sua família.

Quer ver um exemplo de como uma orientação nem sempre será útil? Se você me perguntasse quanto deve gastar com moradia, eu responderia da seguinte forma: gaste “zero”, e destine 100% dos seus recursos ao lazer. É o que considero ideal, sob um ponto de vista hedônico. Mas, será viável? Evidentemente, esse modelo é inviável para a maioria das pessoas.

Outra referência que muitas pessoas entendem como recomendação é o padrão do IBGE, que indica o gasto médio dos brasileiros com cada item básico da cesta mensal de consumo. Se a maioria faz, está certo? Claro que não! Os números apontados pelo IBGE são reflexo do comportamento médio do brasileiro, uma população cronicamente endividada em razão da falta de planejamento financeiro familiar ao longo dos anos.

Quanto custam seus sonhos?

Antes de definir gastos permanentes do orçamento doméstico, como moradia, educação e transporte, é fundamental fazer um planejamento financeiro que contemple a realização de sonhos que você deseja concretizar a longo prazo. Por exemplo, se você sonha em dar a volta ao mundo, entenda exatamente quanto terá que poupar por mês para acumular o montante necessário. Quando sonhos se transformam em planos, eles começam a se concretizar.

Viver com a corda no pescoço é reflexo da falta de planejamento. Mesmo aquelas pessoas que conseguem fechar as contas do fim do mês a duras penas podem ter aberto mão de seus sonhos prematuramente.

planejamento financeiro também deve contemplar as atividades que lhe dão satisfação na vida, pois não vale a pena abrir mão de tudo em função dos sonhos a serem realizados anos mais tarde. Um sacrifício ou outro é justificável, mas é preciso encontrar o equilíbrio, para sofrer menos.

Defina quais são suas prioridades

A decisão de quanto gastar com cada item do orçamento doméstico é sempre sua, pois você sabe melhor do que ninguém quais são as prioridades a serem consideradas na hora de definir o destino da sua renda mensal. No entanto, eu sempre incentivo que as pessoas façam escolhas conscientes de consumo para não perder o controle das contas e, mais importante, não abrir mão da própria felicidade.

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