Há um céu “azul” atrás das nuvens para a Azul e BTG aposta em maior eficiência
Após ter ancorado uma mesa redonda com executivos da Azul (AZUL4) na última sexta-feira (21), o BTG Pactual (BPAC11) avalia que, apesar do cenário nebuloso e instável que paira sob o setor aéreo, existe luz no futuro da companhia, diante de uma estrutura de governança mais leve e eficiente.
Entre os principais pontos discutidos com a equipe de administração da Azul, que contou com a presença do CEO John Rodgerson, além do diretor financeiro Alexandre Malfitani, o analista Lucas Marquiori listou quatro pontos-chaves:
1) a demanda está crescendo acima das expectativas, especialmente nas regiões Nordeste e Centro-Oeste;
2) a companhia conta com uma sólida posição de caixa após uma série de cortes cirúrgicos da administração;
3) as negociações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) estão avançadas, apesar de nenhuma decisão ter sido fechado sobre financiamentos ao setor; e
4) há perspectivas de que a estrutura da Azul seja mais leve e eficiente no pós-pandemia.
Lição de casa feita
“A administração da Azul está muito satisfeita com o crescimento da demanda mais rápido do que o previsto, encabeçado pelas regiões Nordeste e Centro-Oeste, devido a muitas empresas de agronegócio não terem aderido às reuniões virtuais e mantido os encontros presenciais”, explica Marquiori.
O CEO da aérea destacou os esforços da companhia que resultaram no acordo de renegociação com arredadores de aeronaves, que preservou mais de R$ 3,2 bilhões em capital de giro até 2021.
A companhia também havia estimado uma queima de caixa diária entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões em maio e em junho, mas acabou aumentando a sua posição de caixa no mesmo intervalo.
Para o restante de 2020, a Azul estima uma queima de caixa média de aproximadamente R$ 3 milhões diariamente, sem amortização de dívidas, resultante das negociações em andamento com seus parceiros financeiros.
Logo, o BTG Pactual mantém um recomendação neutra para as ações da Azul.