Há sensação de desarranjo fiscal, mas maior fragilidade é capacidade de crescimento, diz Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira que embora haja questionamentos em relação ao arcabouço fiscal de curto prazo no Brasil, os agentes de mercado apontam que a grande fragilidade está na capacidade de o país crescer a longo prazo.
Em apresentação durante evento promovido pelo TCU (Tribunal de Contas da União), Campos Neto disse que a autoridade monetária tem demonstrado preocupação com o aumento de núcleos da inflação no Brasil, ressaltando que os índices de preços estão claramente descolando, com “elementos de disseminação bastante ampliados”.
No evento, o presidente do BC disse que a desancoragem da expectativa de inflação para 2022 está parecida com a observada em 2017, sendo “super importante” o BC atuar e ancorar as expectativas.
Segundo ele, os agentes de mercado estão dizendo que o crescimento estrutural do Brasil está mais baixo do que o previsto anteriormente.
“Parte desse prêmio na parte longa da curva está em parte associado a ruídos [fiscais], mas existe questionamento sobre capacidade de o país crescer”, afirmou.