Internacional

Há risco em copiar estratégia para vírus da Suécia, diz Goldman

05 maio 2020, 12:07 - atualizado em 05 maio 2020, 12:16
Goldman Sachs GS
O Goldman diz que nada disso é evidência de que outros países que adotem as medidas menos intervencionistas da Suécia contra o Covid-19 alcançariam resultados semelhantes (Imagem: Reuters/David Gray)

A abordagem mais “light” da Suécia para controlar a pandemia de Covid-19 pode estar funcionando na maior economia da Escandinávia, mas seria errado considerá-la um modelo a ser seguido, de acordo com o Goldman Sachs.

Escolas, academias de ginástica, bares e lojas da Suécia, em sua maioria, permaneceram abertos durante a pandemia.

Na terça-feira, um relatório mostrou que o PIB sueco pode encolher muito menos do que economias de outros países.

Apesar da ausência de um confinamento rigoroso, a taxa de mortalidade da Suécia como parcela da população é menor do que na maioria das principais economias europeias.

Além disso, o epidemiologista-chefe da Suécia diz que há sinais de que a taxa de infecção se estabilizou.

Mas o Goldman diz que nada disso é evidência de que outros países que adotem as medidas menos intervencionistas da Suécia contra o Covid-19 alcançariam resultados semelhantes.

Isso porque vários fatores demográficos que são específicos da Suécia protegeram o país do pior, segundo relatório da equipe de economistas do Goldman coordenada por Sven Jari Stehn.

“Portanto, a experiência sueca não pode ser extrapolada para apoiar uma rápida reabertura em outros lugares”, disse o Goldman. “Sua densidade populacional é cerca da metade da Itália, e a Suécia possui alta proporção de domicílios de ocupação individual e uma proporção relativamente baixa de multifamílias geracionais.”

A taxa de mortalidade na Suécia, embora não seja tão ruim quanto em países como Reino Unido e Espanha, é muito maior do que na vizinha Dinamarca, Noruega e Finlândia.

Mas o importante é que esse número em nenhum momento sobrecarregou o sistema de saúde da Suécia.

Em entrevista recente à emissora estatal dinamarquesa DR, o epidemiologista-chefe da Suécia, Anders Tegnell, explicou sua estratégia, argumentando que restrições severas fazem pouco sentido para um vírus que provavelmente existe há muito tempo.

“A sustentabilidade a longo prazo de regras estritas não é tão grande. Você só pode impor essas restrições por tempo limitado”, afirmou. “Por isso, precisa encontrar uma maneira diferente, e nosso modelo pode ser mais sustentável.”

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