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Há ligação entre Light (LIGT3) e Americanas (AMER3), além de Sicupira?

01 fev 2023, 18:07 - atualizado em 19 mar 2023, 12:23
Light
Light: Empresas desaba na bolsa em meio à desconfianças com a divida; clique aqui para ler a matéria na íntegra (Imagem: Facebook/Light)

A Light (LIGT3) entrou na roda das discussões entre gestores e analistas após a empresas contratar a Laplace para assessorar a companhia na análise de estratégicas financeiras, visando, principalmente, melhorias em sua estrutura de capital.

Um pouco antes, o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, publicou que a elétrica estava trabalhando em uma reestruturação financeira junto à Laplace em meio à necessidade de financiamento de R$ 3,3 bilhões nos próximos dois anos.

Na bolsa, as ações tiveram efeito imediato, com o papel tombando 10% na última sessão e mais 9% nesta quarta-feira (1º). O receio é que a empresa não consiga honrar suas dívidas.

O baque ocorre, justamente, em meio ao ‘efeito Americanas (AMER3)’. A varejista reportou rombo contábil de R$ 20 bilhões no último dia 12, deflagrando uma série de inconsistências que levou ao pedido de recuperação judicial cerca de uma semana depois.

Além disso, um dos principais acionistas individuais da Light é Beto Sicupira, sócio da 3G Capital, que tem sido pressionada no caso da Americanas.

Mas para o JPMorgan, as semelhanças acabam aqui. O banco não avalia que a empresa esteja na mesma situação financeira da varejista.

O analista Victor Burke, que assina o documento, explica que a Light encerrou o terceiro trimestre de 2022 com um índice de alavancagem de três vezes da dívida líquida sobre o resultado operacional e com uma posição de caixa de R$ 4 bilhões.

Além disso, a maior parte da amortização da dívida é prevista para o período de 2025 a 27. Ou seja, próximo ao término da concessão em 2026.

Contudo, a empresa alega ter “liquidez suficiente para continuar com suas operações e necessidades de amortização de dívidas nos próximos dois anos”, discorre o JPMorgan. O banco lembra ainda que a estratégia do novo CEO, Octavio Lopes, é aumentar a geração de caixa e desalavancar a empresa, investindo com mais eficiência.

Pessimismo com a Light

Mesmo assim, o JP permanece cauteloso com a ação, com recomendação ‘underweight’, o equivalente à venda, com preço-alvo de R$ 4,24.

De acordo com o analista, a empresa continua sendo uma concessão de distribuição desafiadora com fundamentos operacionais fracos, como perdas comerciais acima de 50% e alta alavancagem financeira. Além disso, está sediada em um estado que apresenta ambientes macro, políticos e sociais desafiadores.

A Light está presente em 31 munícipios do estado do Rio de Janeiro, além da própria capital fluminense. No total, a região abrange mais de 10 milhões de pessoas.

Outro ponto de cautela, segundo o JP, é a decisão de não provisionar créditos tributários controversos, não endossada por seus auditores. Isso coloca “outro grande risco em uma história já vacilante”.

“A LIGT3 é uma corporação e pode estar sujeita a uma aquisição hostil (quem adquirir mais de 40% da empresa aciona uma pílula de veneno – poison pill), mas não acreditamos que M&A (fusão e aquisição) seja praticável sem definição da extensão da concessão e/ou rescisão com reembolso para investimentos não depreciados”, discorre.

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